Direção da Associação disse que a ‘invasão’ foi para que os cães não fossem colocados nas ruas
CARATINGA – Na edição do dia 13 de novembro de 2015, o DIÁRIO publicou a matéria “Prestes a ser despejada, instituição pode devolver centenas de cães para as ruas de Caratinga”. A reportagem abordava o impasse vivido pela Latemia- Associação Protetora dos Animas, de Sapucaia, que teria sair do terreno que ocupava há dois anos, no Córrego São Silvestre, pois o proprietário pediu o imóvel e alegou ter outros planos para aquele local.
A direção da Latemia não colocou os 150 nas ruas de Caratinga. Conforme a presidente Marta Lopes de Assis Fernandes, a única solução foi invadir o terreno do Centro de Zoonoses. O vice-presidente da instituição e marido de Marta, Joel Batista Fernandes, também fala que este foi o único recurso encontrado. “Não podemos soltar os cães nas ruas em respeito aos próprios animais e a população de Caratinga. Tentamos pressionar e não tivemos nenhuma ajuda. Então tomamos essa atitude radical de fazer a ocupação, pois não temos onde deixar estes cães”, justificou.
Mesmo não encontrando infraestrutura no Centro de
Zoonoses, Joel disse que eles permanecerão no lugar. “Este Centro está abandonado e ainda vieram vândalos que depredaram tudo e arrancaram portas e janelas. É um local sem água, luz e banheiro. Estamos aqui sobrevivendo. As condições são sub-humanas. Buscamos água para os animais beberem. A água do nosso consumo é conseguida em Caratinga”, relatou.
Marta Lopes acrescenta que foi um sufoco a retirada dos cães do antigo abrigo. Ela conta que até ameaças fizeram dizendo que cães seriam mortos. “Nessa mudança, trouxemos a maioria dos cães, mas quando voltamos para buscar o restante, alguns já estavam mortos”, revelou a presidente da associação.
A presidente disse que espera que as autoridades competentes olhem para a situação da Latemia. “Somos
uma entidade de utilidade pública, mas fomos esquecidos. Gostaria que alguém nos ajudasse. Não sei se podemos ficar no Centro de Zoonoses. Tiramos os cães do antigo abrigo para salvá-los e não jogá-los na rua. Não vou fazer isso com 150 animais, pois seria crime. Prefiro responder processo por entrar num local público, mas nunca por maus tratos contra animais”, desabafou.
Ela disse que abriu mão do conforto de sua casa para zelar estes animais. “Há nove anos a associação cuida dos cães, mas na hora que precisamos de um local adequado, não encontramos. Por isso consultamos um advogado e ele nos orientou a tomar essa atitude”.
A presidente disse que procurou a Prefeitura de Caratinga, mas não recebeu atenção. “Há um ano estamos pedindo ajuda e chegamos a pedir emprestada a área do Centro de Zoonoses. Queríamos emprestada, nunca pensamos em invasão. Mas a resposta foi ‘não’. O tempo passou e fomos obrigados a tomar essa decisão”, finalizou Marta Lopes.
RESPOSTA DA PREFEITURA
O DIÁRIO entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Caratinga e obteve a seguinte resposta: “A Prefeitura de Caratinga informa que a situação foi repassada para o Departamento Jurídico que vai verificar o ocorrido para saber quais as providências deverão ser tomadas pelo Município”.