Drª Andreza de Paula Santos Epifânio
O intestino trabalha pesado para que somente os nutrientes e a água entrem no corpo, evitando que toxinas e antígenos atravessem sua poderosa barreira protetora, que nos “separa” do mundo externo. Porém, se ele estiver sem cuidados, não pode agir em nossa defesa. É aí que a nutrição atua: fortalece o intestino, melhora a saúde em geral e promove o bem-estar.
A nutrição adequada melhora a função de digestão, absorção de nutrientes e eliminação que o intestino exerce em nosso corpo. Se o processo falhar em alguma etapa, sentimos os “efeitos colaterais” como: refluxo, maior produção de gases, distensão abdominal, desconforto, intestino fica preso ou apresenta diarreia, alterações de sono e humor, perda de vitalidade e disposição para as tarefas do dia a dia.
Como os alimentos afetam o funcionamento do intestino
O consumo diversificado de alimentos favorecerá a ingestão completa de nutrientes como:
Enzimas digestivas
Permitem que a digestão do alimento que se iniciou na boca com a boa mastigação seja aprimorada durante sua passagem no trato intestinal. Frutas como mamão e abacaxi fornecem boas enzimas que digerem a comida e ainda podem atuar como substância anti-inflamatória, se assim for necessário.
Gorduras
As monoinsaturadas e poli-insaturadas provenientes de castanhas, nozes, azeite de oliva extra-virgem, peixes, sementes e abacate são fundamentais para a lubrificação da parede intestinal, além de fornecerem doses de fibra alimentar.
Minerais e vitaminas
Fazem parte da digestão bem como da nutrição dos enterócitos (células intestinais). Quanto mais diversidade houver no consumo de verduras, legumes, frutas e sementes, maior será o benefício para sua digestão.
Fibras solúveis e insolúveis
Alguns alimentos contêm fibras alimentares que atuam como probióticos, ou seja, servem de alimento para as bactérias “boas” do intestino. As fibras solúveis auxiliam na formação das fezes, pois têm a propriedade de reter água para si; as insolúveis estimulam a saída das fezes, além de ser alimento para a microbiota. Verduras, legumes, frutas e sementes são os campeões nesse quesito e não podemos nos esquecer do feijão.
Probióticos
As bactérias “boas” são capazes de se desenvolver dentro do intestino. Elas melhoram a saúde do intestino e a capacidade do seu corpo de absorver nutrientes e combater infecções. As “boas” bactérias intestinais também são responsáveis por:
- Produzir vitamina B12, butirato e vitamina K2 (responsável pela coagulação sanguínea);
- Eliminação de bactérias, leveduras e fungos ruins;
- Produzir enzimas que destroem bactérias ruins;
- Estimular a secreção de IgA e de células T reguladoras, melhorando nossa defesa imunológica.
Historicamente, nós recebemos probióticos em abundância comendo alimentos frescos do solo e fermentados. No entanto, devido à refrigeração e práticas agrícolas ricos em agrotóxicos, a comida atual contém pouco ou nenhum probiótico. Por isso podemos acrescentá-los em nossa alimentação através do uso de keffir. O método tradicional de preparo do Kefir é a fermentação no leite. Mas também pode ser cultivado em açúcar mascavo, ou sucos de frutas, sendo sua coloração dependente do substrato utilizado para cultivo.
Receita padrão:
KEFIR
Ingredientes:
– 1 copo americano de água
– 1colherer de sopa de açúcar mascavo ou rapadura (mais natural possível)
– 2 colheres (sopa) de Grãos de Kefir
Modo de preparo:
Coloque os grãos de Kefir na água com açúcar e deixe em um vidro esterilizado e tampado. A cada 24 horas* separe os grãos de Kefir da água (agora fermentada), usando uma peneira exclusiva para isso. Consuma a bebida fermentada (1 xícara de cafezinho) e use os grãos para fazer um novo Kefir para o dia seguinte, ou seja, uma nova bebida fermentada a cada dia.
* Andreza de Paula Santos EPIFÂNIO é NUTRICIONISTA pela Universidade Federal de Ouro Preto/MG. Com especialização em Nutrição e Saúde/ UFV; Nutrição Oral, enteral e parenteral / GANEP; Nutrição RENAL/ ICM; Mestre em saúde e sustentabilidade/UNEC; Doutora em Nutrição e Saúde / UFV; professora do curso de nutrição do Centro Universitário de Caratinga.
Experiências: Responsável técnica pelo serviço de Nutrição do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Caratinga (2003-2009)
Responsável pelo serviço de Nutrição Renal na TRS – clirenal/Ltda, Caratinga/MG (2003 – 2014)
Responsável pelo serviço de UTI- Casa de Saúde Divino Espírito Santo Caratinga/MG (2005- 2010)
Experiência como docente no período de 2005 a 2018.
Atendimento clínico nutricional desde 2005, na Bioerg – 33218060
Mais informações sobre a autora: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4550986P7