Riscos de barragens preocuparam as comunidades

DA REDAÇÃO– As Pequenas Centrais Hidrelétricas da região deixaram os órgãos municipais, além da população, preocupadas com o risco de rompimentos, após as fortes chuvas da madrugada de sábado (25).

A região conta com as PCHs Inhapim (Inhapim); Neblina (Ipanema); Areia Branca (Caratinga/Ipanema); Várzea Alegre (Conceição de Ipanema) e Pipoca (Ipanema). De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na campanha de fiscalização de 2019 foram fiscalizadas as barragens de Areia Branca, Pipoca e Várzea Alegre. “Não foram encontrados problemas estruturais nas barragens”, frisou.

A Aneel ainda destacou que está mantendo contato com os operadores das barragens para garantir que “as melhores práticas de segurança sejam tomadas”.

VÁRZEA ALEGRE E PIPOCA

No sábado, a Prefeitura de Ipanema comunicou que as barragens das PCHs Várzea Alegre e Pipoca ultrapassam o limite de capacidade e corriam o risco de rompimento, o que poderia causar inundações nas áreas baixas das ruas Ipanema e Taparuba, Vila do Belim e entorno; córregos Santa Cruz, Invejada, do Vinagre, Liomeiro e Triunfo; além do Bairro Cachoeirinha, Volta Fria e todas as residências à margem do rio José Pedro.  Moradores precisaram evacuar imediatamente as residências e se dirigir à Escola Municipal Maria Siqueira da Fonseca.

Inicialmente, a PCH Várzea Alegre iniciou o Plano de Ação de Emergência. Após o acompanhamento do volume defluido pela estrutura ter reduzido e retornado para valores dentro dos limites aceitáveis, o nível de segurança foi atualizado para alerta. “A barragem segue íntegra e sem risco de ruptura”, citou em comunicado.

A Hidrelétrica Pipoca também verificou na noite de sábado vazões abundantes ao reservatório, devido à ocorrência de um grande volume de chuvas na bacia hidrográfica do Rio Manhuaçu, desde o início da sexta-feira (24).

Devido ao grande volume da cheia natural do rio Manhuaçu, as áreas a jusante permaneceram sob alerta dos efeitos do próprio rio, que vinha apresentando volumes expressivos devido às fortes chuvas na região. Por meio de nota, destacou que as equipes de operação e de segurança de barragens estão em permanente monitoramento da condição operativa da PCH e que não havia risco estrutural.

NEBLINA E AREIA BRANCA

A PCH Neblina apresentou nível de resposta alerta “Laranja”. A Cemig informou que os órgãos de Defesa Civil Municipal e Estadual foram notificados e que o reservatório é de porte muito pequeno. “As equipes de operação e de segurança de barragens estão em permanente monitoramento da condição operativa da PCH e não há risco estrutural até o momento”.

O acionamento do nível de alerta é um procedimento descrito no Plano de Ação de Emergência (PAE) da usina quando ocorre uma elevação do volume de água acima do nível considerado máximo normal, devido ao atingimento da capacidade máxima dos vertedouros da barragem. A Cemig manterá a comunidade e os órgãos responsáveis informados a cada alteração das condições de operação do reservatório da PCH.

A população pode acompanhar as condições de operação dos principais reservatórios da Cemig em todo o país em tempo real por meio do aplicativo Proximidade.

O coordenador operacional da Defesa Civil de Caratinga, João Henrique Vieira fala quais foram as providências adotadas, diante dos riscos das PCHs. “Santo Antônio do Manhuaçu tem duas PCHs à montante (Neblina e Areia Branca). A PCH Neblina, no dia 23, entrou em contato com a Defesa Civil falando que a bacia estava muito cheia, o Rio Manhuaçu estava numa cheia natural dele, mas a barragem trabalha com volume de água menor. Foi preciso abrir as comportas e estava tendo um galgamento ao lado do muro de pedra da barragem, o que foi preocupante para o distrito. Lá em Santo Antônio do Manhuaçu não chegou a extravasar, mas se continuasse chovendo na bacia do Rio Manhuaçu poderia causar um dano maior. Tivemos duas famílias que saíram preventivamente, moravam no leito do rio; o coordenador João Bárbara esteve lá, a igreja católica ficou à disposição de ajudar se continuasse chovendo e tivesse algum risco maior para as famílias”.