Iniciativa do Casu oferece atendimento especial a centenários de Caratinga e região
CARATINGA – Minas Gerais é o terceiro estado com o maior número de pessoas centenárias no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Pensando em melhorar a saúde e a qualidade de vida desses idosos, o Centro de Assistência à Saúde Unec, Casu, colocou em prática o projeto Nossos Centenários. A iniciativa visa abranger o acesso à saúde de cerca de 20 idosos de Caratinga e microrregião, que estão entre os mais de 32 mil centenários do Brasil.
O projeto teve início em outubro de 2015, quando a Fundação Educacional de Caratinga (Funec), que é mantenedora do CASU, do Centro Universitário de Caratinga (UNEC) e da Escola Prof. Jairo Grossi, realizou uma homenagem aos centenários da região, pelo exemplo de longevidade. A partir de então, os Nossos Centenários começaram a receber um atendimento especial do Centro de Assistência à Saúde do Unec (CASU). Por meio de visitas domiciliares, o acompanhamento está sendo realizado pela Assistente Social Sara Araújo. “O objetivo é levar o trabalho do Casu, através do serviço social, que são as consultas especializadas e atendimento humanizado, para monitorar esses idosos que foram homenageados e contribuir com a melhora e manutenção na qualidade de vida deles e dos familiares”, declara a Assistente Social.
Na manhã desta quarta-feira (24) foi a vez do senhor Vicente Carneiro receber atendimento no Casu. Vicente é o idoso mais velho do projeto. Com 116 anos, o centenário consultou com o cardiologista, angiologista e psicóloga no Centro de Saúde e foi embora com boas notícias. “Recebemos a visita do Casu em nossa casa e logo marcaram as consultas para meu pai. Aqui fomos bem atendidos e saímos muito felizes, pois a saúde dele está ótima”, comenta a filha, Maria da Conceição Oliveira.
No Brasil, os centenários representam uma pequena parcela da população. Mas o grupo triplicou em apenas uma década, demonstrando que é possível ultrapassar barreiras com bem-estar. Apesar dos números serem positivos, para a médica da Família e da Comunidade, Helena Facury, o cenário de maior expectativa de vida revela que são necessários mais investimentos na assistência ao idoso. “A questão da sobrevida do idoso é multifatorial: determinantes econômicos, políticas públicas de assistência, questões sociais e culturais e do meio ambiente influenciam na longevidade.” Para a médica, a atenção ao idoso deve ser multiprofissional. “É necessário ter um acompanhamento médico, psicológico, de reabilitação e, no caso de necessidade, com as especialidades médicas. Todo este acompanhamento é exatamente o que oferecemos no Casu e o que estamos reforçando com este projeto.”
O cardiologista do Casu, Silmar Vasconcelos, confessa que Vicente é o seu paciente mais velho. “Ele está muito bem, apesar de apresentar algumas comorbidades de sua faixa etária, como dificuldades na audição e visão.” O cardiologista ressalta algumas práticas que devem ser seguidas para quem deseja chegar tão longe quanto os Nossos Centenários. “Existem doenças que acometem os idosos, como a hipertensão e fatores de risco para AVC. Por isso, é recomendável que todos passem por uma avaliação médica anual e fiquem atentos para manter uma dieta saudável, controlar a pressão arterial, abandonar o tabagismo e praticar atividades físicas”, completa.