Associações de bairros dependem do transporte cedido pela Prefeitura, que não está sendo realizado. Moradores do Anápolis cobram solução
CARATINGA- Na última terça feira (24), a reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA acompanhou a distribuição de alimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na comunidade do bairro Anápolis. Os beneficiados reclamaram que a Prefeitura de Caratinga não está fazendo o pagamento do frete do caminhão, necessário para o transporte dos produtos até o bairro.
Sara Cristina, 38 anos, moradora do bairro, voluntária e beneficiada pelo Programa, questionou o posicionamento da Prefeitura e disse que o custeio está sendo arcado pelos próprios moradores para garantir que os produtos cheguem até a mesa da comunidade. “Nós temos que pagar pra receber o benefício que é do governo federal, porque o prefeito se recusa a pagar o frete pra nós recebermos as verduras”.
Para os moradores mais carentes, estes produtos são a base da alimentação diária, como disse uma pessoa que não quis se identificar. “Essas verduras fazem a diferença pra gente. Traz uma alimentação mais saudável, mais variada. Por isso cada um ajuda com o que pode; que seja um valor simbólico”.
A Reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Caratinga, que emitiu a seguinte nota de resposta, que segue na íntegra:
“A Prefeitura de Caratinga, por meio da Secretaria de Agricultura, abastecimento e Agronegócios, esclarece que o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) de 2016 encontra-se em fase final de execução uma vez que os recursos que ainda restam são de contratos do ano de 2015, haja vista que, como pode ser comprovado nos sistemas oficiais de transparência pública o governo Federal, ainda não depositou nenhum recurso novo para o ano de 2016 no Estado de Minas Gerais.
Informa ainda que, restando apenas algumas entregas neste ano, uma vez que as atividades do Banco de Alimentos se encerram em 30 de novembro de 2016, tem trabalhado de maneira a garantir toda a execução efetiva das atividades do Banco de Alimentos uma vez que como informado são de origem federal, cabendo apenas o apoio para recebimento e triagem.
No PAA há entidades e instituições que são prioridade (escolas, asilos, hospital, associações de amparo às crianças e adolescentes, dentre outros) e essas mantém o compromisso de buscar a mercadoria e devolver o vasilhame semanalmente, diferentemente das associações de bairros que dependem do transporte cedido pela Prefeitura. No momento a Prefeitura não pode disponibilizar o transporte e também não pode deixar a mercadoria à espera.
Assim, os gestores do PAA optaram por entregar a mercadoria para os grupos prioritários que possuam logística própria. No caso das Associações de Moradores quando acontecem elevadas entregas de alimentos pelos agricultores familiares, a Prefeitura adota o sistema de rodízio com vistas a garantir que todos recebam. Informamos ainda que nestes casos a Associação é responsável pela retirada dos alimentos e devolução das embalagens utilizadas para transporte dos mesmos. Reiteramos que nosso compromisso continua sendo de atender a toda a demanda na medida que é possível, reforçando que o PAA é um programa Federal e que o município é apenas o repassador dos alimentos, na medida em que chegam não tendo nenhuma autoridade para garantir a sua variedade ou regularidade”.