CARATINGA– O número de queimadas no município tem crescido substancialmente, causando grande prejuízos ao meio ambiente e a saúde da população.
Nessa quarta-feira (18), os sargentos Edil, da Polícia Militar de Meio Ambiente, e Silvestre, do Corpo de Bombeiro Militar, concederam entrevista coletiva para falar das ações realizadas tanto de prevenção, quanto de repressão.
BOMBEIRO MILITAR
De acordo com o sargento Silvestre, no pelotão de Caratinga são recebidos em média 15 chamados de ocorrência referente a incêndios florestais por dia. E ainda de 15 a 20 chamados de incêndios em área urbana, na questão de lotes vazios. “Então a gente está acumulando essa quantidade de chamados por dia. O que acontece é que a capacidade humana de atear fogo está sendo maior do que a capacidade que a corporação está tendo de combater. Referente ao efetivo a gente não consegue estar atuando em vários pontos ao mesmo tempo”, explicou Silvestre.
Em relação ao pelotão de Caratinga, sargento Silvestre explica que a partir do momento que recebe o chamado, é feita a triagem por classificação do risco, porque dependendo é preciso colocar o chamado de maior grau de risco à frente de um que chegou primeiro. “Nós temos uma equipe para fazer o trabalho de combate. As ocorrências de incêndio florestal, são ocorrências demoradas, são ocorrências longas, geralmente pegamos aí geografia acidentada, difícil locomoção, difícil combate. Então, a gente tem que fazer uma triagem, na qual a gente coloca a ocorrência de maior risco à frente e sai para fazer esse atendimento. Referente a essa situação, todas as outras chamadas que permanecem no dia sobre o mesmo tipo de ocorrência, a gente coloca elas como demanda reprimida. A gente não consegue atender, porque são chamadas demais e equipe de menos para atender”.
Para conseguir amenizar o problema, os bombeiros estão trabalhando com a prevenção. “Nesse ponto a gente tem chamado a atenção da população para a questão da prevenção. O melhor combate que a gente está tendo para o incêndio florestal está sendo a prevenção. Então cabe a uma postura do cidadão na questão de não fazer uso do fogo para fazer limpeza de terreno, mesmo zona urbana ou rural”, disse o sargento Silvestre.
POLÍCIA MILITAR DE MEIO AMBIENTE
Sargento Edil ressalta que a Polícia Militar de Minas Gerais, através do Batalhão de Polícia Militar de Meio Ambiente, tem realizado diversas ações preventivas e também repressivas, uma vez que nesse ano de 2024 está tendo algo muito parecido com o que aconteceu nos anos de 2015 e 2016, onde teve um período de estiagem muito longo na região. “Nós temos regiões aqui próximas de nós que já estão há mais de cinco meses sem nenhum índice significativo pluviométrico, não houve chuvas. Isso também faz com que a vegetação no entorno dessas áreas, nessas propriedades rurais, essa vegetação fique seca, propícia aos incêndios florestais, as queimadas que ocorrem também tanto na zona rural quanto na zona urbana. Nós temos aí diligenciado constantemente para atendimento dessas ocorrências e realizado autuações. Uma dessas autuações, é importante destacar, eu mesmo estive nessa ocorrência, onde nós constatamos um desmate de floresta nativa na nossa região, de mais de dois hectares de vegetação nativa, de mata atlântica, e também nessa mesma área o proprietário ainda realizou um incêndio florestal para consumir ali com aquela madeira, e também houve aí a perda dessa madeira, resultante desse desmate e esse proprietário foi autuado em mais de R$ 83 mil, pela ocorrência de incêndio, pelo desmate e por ter tornado a lenha também inservível. Nós estamos, como eu disse agora há pouco, trabalhando constantemente para combater esse tipo de crime e infração na nossa região”, disse Edil.
A lei 9.605/98 em seu artigo 41 diz que a pessoa que for pega em flagrante realizando um incêndio florestal é presa, conduzida para a delegacia e a pena prevista na legislação é a reclusão de dois a quatro anos, mais a multa. “Nós precisamos também salientar aqui nessa entrevista que o artigo 225 da Constituição Federal, da Constituição do Brasil, prevê, que todos nós temos direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de protegê-lo e conservá-lo para as presentes e futuras gerações. Então não se impõe somente ao poder público o dever de proteger o meio ambiente, é de todos nós o dever de proteger o nosso meio ambiente”.
Para realizar denúncias sobre queimadas as pessoas devem ligar para o 190 da Polícia Militar, ou o 181 que é o Disque Denúncia do Estado, e ainda tem o 155.