12 projetos da Superintendência Regional de Ensino de Caratinga foram selecionados para seminário estadual
CARATINGA – A Magistra – Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores – é a responsável pela realização do “III Seminário Prevenção da Violência nas Escolas e Promoção de Uma Cultura de Paz: Buscando Caminhos”. O evento teve início na segunda-feira (10) e hoje chega ao seu final. Cerca de 700 educadores de todo o Estado marcaram presença no encontro que está sendo realizado no município de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte. Durante quatro dias foram ouvidos relatos de experiências que mudaram positivamente a rotina das escolas.
O seminário busca discutir os fatores desencadeadores dos processos de inclusão-exclusão social presentes no ambiente escolar, e também fora dele, bem como trazer para o debate a prática exitosa de educadores da rede pública estadual de Minas Gerais. A terceira edição reuniu os diversos segmentos das escolas públicas mineiras, desejando que ela se transforme em espaço privilegiado para debater o tema e que ajude a qualificar as propostas curriculares da Educação Básica, as dinâmicas de sala de aula, as interações na escola e com a comunidade, e outros espaços educativos que envolvam as questões relacionadas.
MINICURSOS
Os educadores puderam aperfeiçoar seus conhecimentos na área de promoção da paz no ambiente escolar a partir dos minicursos ofertados. Foram 23 opções de cursos que têm entre os temas: “A mediação no cotidiano das escolas”; “Psicologia da Inclusão: Saber Para Cuidar” e “Oficina da Voz: desenvolvendo e aperfeiçoando as habilidades comunicativas do professor”.
PROMOÇÃO DA PAZ
Além do seminário organizado pela Magistra, a Secretaria de Estado de Educação tem desenvolvido uma série de ações voltada á medição de conflitos, com destaque para o Fórum de Promoção da Paz no Ambientem Escolar (Forpaz). O objetivo do Fórum é fomentar a articulação em rede para a prevenção e resolução de problemas relacionados à violência no ambiente escolar. Nos fóruns regionais, educadores e diretores são estimulados a identificar possíveis parceiros na comunidade local, além de serem capacitados a levar a mediação de conflitos para dentro das escolas da rede pública. Atualmente, 22 instituições, organizações, entidades e órgãos atuam junto ao Forpaz, criado em 2007 pela Defensoria Pública de Minas Gerais, e adotado pela Secretaria de Estado de Educação em 2012.
SRE DE CARATINGA
As 91 escolas que pertencem à jurisdição da Superintendência Regional de Ensino (SRE) desenvolveram a “Semana da Paz”, dos dias 22 a 26 de setembro. O projeto da foi orientado em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e com o apoio dos inspetores escolares e diretores.
Além de práticas que incentivem a paz nas escolas, como seminários, passeatas ou elaboração de cartazes, as escolas ainda tiveram a tarefa de elaborar projetos. Os selecionados seriam apresentados no Seminário.
Da SRE de Caratinga, 12 trabalhos foram selecionados para serem apresentados em Caeté, incluindo “Doce Flauta em Minha Vida” da Escola Estadual Dona Nhanhá (Passa Dez/Bom Jesus do Galho); “Valorização da Vida: Escola Lugar de Convivência e Formação Cidadã”, da Escola Estadual Emília Cabral (Ipaba); “Por Uma Cultura de Paz”, da Escola Estadual Moacyr de Mattos (Caratinga); “De Que é Feita a Paz?”, da Escola Estadual Professor Joaquim Nunes (Caratinga); “Conte até 10- Encarar a Vida é Não Entrar em Briga. Paz Essa é a Atitude”, da Escola Estadual Manoel Machado Franco (Ipaba).
DOCE FLAUTA EM MINHA VIDA
O projeto ‘Doce Flauta em Minha Vida’ foi idealizado pelo professor Cléber Conrado Corrêa, em parceria com o professor Samuel Warley. Cléber leciona educação física. Atualmente 30 alunos da Escola Estadual Dona Nhanhá, em Passa Dez, distrito de Bom Jesus do Galho, participam do projeto. Estes alunos têm idades entre 12 e 16 anos. Além de aprender a tocar o instrumento, professor Cleber Conrado percebeu algo mais nos seus alunos. “Passaram a ficar mais comunicativos, além de melhorar consideravelmente em outras matérias. É a música mais uma vez mostrando sua força como agente transformador”, atesta o educador.
O professor conta que o projeto tomou vida após a ajuda de uma grande empresa. “Não tínhamos a quantidade necessária de flautas. Então fizemos uma apresentação e filmamos tudo. Enviamos nosso material para Tang (indústria de sucos) que tem um projeto onde embalagens de seus refrescos são transformadas em instrumento musicais. Eles se sensibilizaram e nos enviaram 80 flautas”, recorda Cléber Conrado Correa.
Se o professor Cléber esta entusiasmado, seus alunos mostram entusiasmo em dobro. “Aprender música foi de grande importância em minha vida. Mudou meu comportamento e me trouxe alegria”, revela Gabriel.
Alice e Maria também são movidas pela alegria ao falar sobre o projeto. “A música trouxe algo novo para nossas vidas”, atesta Maria. “Não tinha aula de música em nossa comunidade. Agora que tem, não posso perder essa chance única”, complementa Alice.
Para Keila, a música lhe trouxe paz. “É um momento de pura tranquilidade. Estou aprendendo coisas novas e a ter mais disciplina”.
A música mexeu até com o comportamento dos alunos, como explica Amanda. “Passei a prestar mais atenção nas aulas. Antes eu era dispersa”, confirma a aluna. O mesmo aconteceu com Daiane e Luana. Elas atestam que aprender música é algo motivador. “Sinto-me feliz com a música”, simplifica Daiane. “A música me trouxe conhecimento”, conclui Luana.