* Kleber Ramon Rodrigues
Esta geoforma caracteriza-se por apresentar feições com colinas meio laranja contínuas, que tipificam o domínio dos Mares de Morros, com feições côncavas ou convexas, ocorrendo nos níveis topográficos (intervalos entre 426 a 1128 metros). Trata-se de uma região sujeita aos mais fortes processos erosivos e de movimentos coletivos de solos, resultando em uma questão ambiental muito séria, ou seja, o assoreamento dos caudais superficiais, causando a diminuição da vazão de nossos rios e córregos.
Nos Mares de Morros do município de Caratinga a ocupação humana especializa-se basicamente em função da posição do relevo ao longo dos cursos d’água. Nas porções mais altas das encostas e topos aplainados predominam as culturas de café e pastagens (figuras 1 e 2). Nesses locais ainda encontram-se diversos loteamentos, sem os estudos ambientais multidisciplinares, necessários para subsidiar o planejamento e as decisões a serem tomadas.
O domínio dos Mares de Morros tem se mostrado complexo no que tange ao planejamento às ações antrópicas. Nas cidades de porte médio, como Caratinga, tem sido difícil encontrar novas áreas, compatíveis e com condições geotécnicas, para aumentar o espaço urbano, que apresentem certas proporções, locais para parques industriais avantajados, salvo no caso das zonas colinosas no sentido Norte do município.
Na tentativa de remediar esse cenário (falta de novos espaços e surgimento de processos morfodinâmicos, tais como escorregamentos, deslizamentos etc.), vê-se necessária a elaboração de uma carta de risco geotécnico seguido de treinamento dos técnicos municipais sob a ótica de como orientar a espacialização de pessoas e novos usos do solo. Ainda, no sentido de estudos acerca da espacialização de manchas urbanas, tem-se o Plano Diretor Municipal, que, quando implementado, será o norteador dos inúmeros usos do solo.
Através do Plano Diretor Municipal podem ser definidas as vocações do município, abordando as potencialidades e possíveis problemas (futuros cenários), para, em conjunto com a sociedade organizada, determinar/otimizar racionalmente o uso do solo juntamente com a preservação dos recursos naturais.
* Kleber Ramon Rodrigues, Doutorado pela Universidade Federal de Viçosa – CAPES 6 (Solos e Nutrição de plantas com ênfase em Pedogeomorfologia). Pesquisador do CNPq. Possui Mestrado em Meio e Sustentabilidade pelo Centro Universitário de Caratinga com ênfase em Manejo e Gestão de Bacias Hidrográficas, Especialização em Geografia Física-UNEC, graduação em Geografia Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996) e graduação em Geografia Licenciatura pela Fundação Educacional de Caratinga (1998). Atualmente é CONSULTOR AMBIENTAL e docente da Fundação Educacional de Caratinga.
Mais informações sobre o autor: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4757328Z1