Coisas simples
Há alguns dias, choveu à noite. Todos estavam dormindo, menos eu. Eram tempos difíceis e isso me tirava o sono. Eu escutava cada gota que meus ouvidos eram capazes.
Escutei as gotas encostando no telhado de minha casa. Elas pareciam lágrimas. No meio desse desabafo do céu, meus olhos choveram na terra.
Chorei pelo fato da chuva ser algo mágico e muitos deixarem ela passar despercebida, chorei por perceber que só damos valor a essas coisas quando estamos frágeis e vulneráveis.
Não damos valor à simplicidade, justo a ela, que é capaz de nos renovar por dentro e lavar nossa alma. Esquecemos que as coisas mais simples dão origem às mais belas e profundas metáforas.
Depois do desabafo (do nosso desabafo), finalmente adormeci, pois sabia que minha nova amiga iria voltar a qualquer momento para conversar novamente.
Letícia Nobre, 14 anos.
Aluna do Núcleo de Ensino Professor João Martins – NEPJM