Janeiro Roxo alerta para hanseníase
57 casos da doença foram registrados em 2022 na regional Vale do Aço: nove na microrregião de Caratinga
DA REDAÇÃO- A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica, causada por um bacilo chamado Mycobacteriumleprae, que tem preferência pela pele e os nervos periféricos e pode afetar qualquer pessoa. Para conscientizar a população, a Secretaria de Estado de Saúde está promovendo neste mês a campanha “Janeiro Roxo – Conhecer e enfrentar a Hanseníase de Janeiro a Janeiro”.
A partir das ações educacionais, de comunicação e mobilização social, somada às estratégias de sensibilização dos profissionais de saúde, a campanha tem como foco divulgar informações sobre prevenção, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento, para romper com estigmas e discriminação que ainda giram em torno da hanseníase.
Conforme informações do Painel Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, a regional do Vale do Aço contabilizou 57 casos da doença em 2022, maioria na cidade de Coronel Fabriciano. Na microrregião de Caratinga foram registrados um caso em Bom Jesus do Galho, dois em Caratinga, um em Santa Rita de Minas, um em São Domingos das Dores, um em Ubaporanga e três em Vargem Alegre.
ASSISTÊNCIA
Atualmente, em Minas Grais, os pacientes com hanseníase são assistidos pelas equipes de atenção primária, serviços de atenção especializada, e centros de referência com atuação macrorregional, estadual e nacional. Além destes, existem quatro Casas de Saúde (antigos Hospitais-Colônias) localizadas nos municípios de Bambuí (Casa de Saúde São Francisco de Assis), Betim (Casa de Saúde Santa Isabel), Três Corações (Casa de Saúde Santa Fé) e Ubá (Casa de Saúde Padre Damião). A gestão das Casas de Saúde é realizada pela rede FHEMIG – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, cabendo à SES-MG implementar as diretrizes nacionais e elaborar políticas públicas relacionadas ao controle do agravo e promoção da saúde e qualidade de vida dos mineiros.
Além disso, através da DELIBERAÇÃO CIB-SUS/MG 2706, de 18 de abril de 2018, foi instituído o Comitê Estadual de Enfrentamento da Hanseníase que é intersetorial e tem caráter consultivo. Em maio de 2021, o Comitê foi reestruturado, realizando reuniões mensais que fomentam os compromissos do estado e municípios.
Sobre a hanseníase
A doença acomete pessoas nas mais diversas idades – incluindo crianças – independentemente de gênero. A progressão da doença é lenta, e seu período de incubação é prolongado e pode durar anos. A hanseníase tem cura e, se tratada precocemente e de forma adequada, pode controlar a transmissão e evitar incapacidades e sequelas.
A principal forma de prevenção é o diagnóstico precoce. Com o início do tratamento a pessoa deixa de transmitir a doença. O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
O tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é feito com medicamentos orais durante 6 a 12 meses, dependendo da forma clínica. O paciente deve comparecer mensalmente ao serviço de saúde para ser examinado, receber a medicação e orientações.
*Com informações da SES-MG
- Frequência de casos por faixa etária e sexo na microrregião do Vale do Aço, bem como ocupações mais frequentes