Desde a segunda-feira (4), o serviço de ortopedia do hospital não atende os pacientes dos municípios de Bom Jesus do Galho e Entre Folhas, Ubaporanga e Vargem Alegre
CARATINGA – “A inadimplência quanto aos repasses pelo município implicará na rescisão do convênio, além da tomada de medidas judiciais cabíveis para a recuperação dos valores devidos”. Este é o trecho da cláusula oitava do termo de convênio de atendimento de urgência e emergência ambulatorial celebrado com o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) para com 13 municípios da microrregião de Caratinga. Apesar do alerta, quatro municípios não cumpriram com os repasses.
O comunicado do HNSA, assinado pelo provedor, padre José Antônio Nogueira e o diretor administrativo, Arthur Ferreira da Silva Júnior, afirma que, em razão da inadimplência de alguns municípios foi tomada a decisão de suspender os atendimentos não classificados como urgência e emergência para os municípios inadimplentes.
O documento ainda ressalta que foram esgotadas todas as tentativas de solucionar o problema de forma diplomática. Por isso, desde a segunda-feira (4) o serviço de ortopedia do Hospital não atende os pacientes dos municípios de Bom Jesus do Galho, Entre Folhas, Ubaporanga e Vargem Alegre, exceto os casos de urgência e emergência, “tendo em vista da escassez de recursos financeiros que assola o Hospital, trazendo graves restrições ao efetivo tratamento dos pacientes”.
As crianças destes municípios também não serão mais atendidas no Pronto Atendimento Infantil (PAI), sendo atendidas somente no Pronto Atendimento Microrregional (PAM) e seus familiares estão sendo informados de que o motivo é a inadimplência de seus municípios.
Em dezembro do ano passado, vereadores de Caratinga, dos municípios inadimplentes e representantes do hospital se reuniram em busca de solução para o impasse, em torno de uma dívida que já chega a quase R$ 2 milhões.
O PAM, administrado pelo hospital, atende a 13 municípios da microrregião, o que corresponde a uma população estimada em 230 mil habitantes. A administração do hospital confirmou no ano passado que destes, seis estão com os pagamentos em dia, quatro estão em débito e três têm uma dívida parcial com o hospital, em processo de negociação.
Com a prestação de seis mil atendimentos/mês e um custo mensal de aproximadamente R$ 700 mil, com déficit de R$ 300 mil, frente a um repasse do governo federal de apenas R$ 55 mil e o hospital, que tem um déficit que chega a R$ 400 mil, a situação chegou ao limite.