Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola, cada vez mais prazeroso falar da história do nosso futebol. Relembrar grandes craques que passaram por aqui desfilando talento e encantando toda uma geração. Hoje vamos recordar um dos melhores chutadores que já vi. Guilhermino Cordeiro da Rocha nasceu em 11 de Abril de 1957 em Caratinga. Em 1970 começou no dente de leite do Esporte Clube Caratinga. Depois de passar por todas as categorias, chegou ao time principal do Dragão. Uma das grandes virtudes do lateral era o chute potente. Característica que em 1986 fez com que fosse vice artilheiro do certame com 12 gols. Uma das passagens mais emocionantes de Guilhermino foi a decisão do Regional de 1979 contra o Democrata de GV. O Caratinga perdia por 2 a 1 quando o lateral empatou o jogo e abriu caminho para a virada e o título.
Outro fato emocionante para o lateral, foi o jogo da entrega de faixas do Regional. A partida contra o Cruzeiro tinha como grande atração o lateral Nelinho, conhecido pelos chutes potentes. Aliás, em 1978 na Copa da Argentina, Nelinho fez um dos mais belos gols das copas contra a Itália, deixando o lendário goleiro Dino Zoff sem reação. Porém, nesse jogo no estádio Dr. Maninho, quem foi ver os chutes de Nelinho, viram de Guilhermino. Apesar da derrota do rubro negro por 2 a 1 para o Cruzeiro, naquela tarde o lateral do Caratinga acertou mais que o famoso Nelinho.
Recentemente tive o prazer de bater um papo com Guilhermino na exposição Memórias do Futebol promovido pela Casa de Cultura. Um dos arrependimentos que carrega, é o fato de ter abandonado o futebol em 1986 com apenas 29 anos. O craque parou sem nenhuma lesão e esbanjando vigor. Sobre o futebol atual, disse que acompanha muito pouco e quase não vai aos campos. Esse é mais um daqueles que fazem falta ao futebol atual. Posso afirmar que não temos em nosso futebol regional, ninguém que tenha um chute tão potente quanto do ex lateral do Dragão Guilhermino, o nosso “homem bomba”. Semana que vem eu volto com mais um pouco da história de um dos nossos eternos craques. Sempre contando com a colaboração do livro Memórias Esportivas de Nelson Souza e Monir Ali Saygli.