*Danilo Bruno Louro de Oliveira
O convite para iniciar na Maçonaria veio de maneira inesperada, pois não tenho nenhum parente Maçom e sequer conhecia os salões de festas das Lojas nas cidades onde residi. Então, com um misto de surpresa e desconfiança, prometi pensar acerca do convite de um amigo, não tão próximo, para ser Maçom.
Após as naturais pesquisas e questionamentos, mesmo com a concordância de minha esposa, ainda estava vacilante, porém imbuído de esperança e desejo de melhorar e pertencer a essa associação milenar, fui levado àquele antigo prédio, no sábado, 25 de setembro de 2010.
Desde então, posso ter a honra de falar que iniciar na Maçonaria foi uma das melhores coisas que aconteceu em minha vida, os aprendizados e vivências foram tantos e tão intensos que acredito que nenhuma outra atividade realizada por mim nesses oito anos seria comparável ao progresso alcançado na Arte Real.
Na Maçonaria, minhas inquietações filosóficas, espirituais e morais encontram guarida e auxílio, o que me anima a cada vez mais seguir aprendendo e trabalhando nesta pesada e irregular pedra que carrego comigo.
Recentemente, reservando um bom tempo para questionar o que tenho feito como Maçom, veio à mente as vezes que laborei em diversas Lojas, nas mais variadas funções, a honra que tive ao colaborar na fundação de algumas, a satisfação em contribuir para o soerguimento de outras. Aprendi a apreciar a beleza, diversidade e complementaridade dos vários modos de fazer Maçonaria ritualisticamente, naqueles que denominamos Ritos Maçônicos. Iniciei e continuo me iniciando nos diversos, antigos e sábios sistemas de Altos Graus, sempre buscando mais conhecimento e sabedoria herdados pela Ordem Maçônica. Trabalho intensamente com Ordens Paramaçônicas, escrevo artigos para periódicos e concursos que muito me honram em aceitar publicar algumas reflexões.
Tudo isso veio à tona ao colocar o terno para mais uma vez trabalhar e, antes de sair de casa, parar um pouco para refletir o porquê de tantas atividades, qual a razão de tanto tempo dispendido, de tantos quilômetros percorridos.
Pensando sobre isto, percebi que sou tão grato à Maçonaria e aos Irmãos que a única forma de ajudar é trabalhando pela continuidade e expansão da Arte Real, para que outros homens possam adentrar nossos Templos e receber esta gama de ensinamentos e vivências que me foi destinada.
Também, a temporária ocupação de cargos possibilita um diuturno combate contra um grande defeito que nós temos e ainda é um dos principais combates do Maçom: a vaidade. Também possibilita a constante luta contra a preguiça, ignorância, acomodação, entre tantas outras mazelas da alma que teimam em nos acompanhar.
Ainda, ao finalizar o meu tempo destinado à ocupação deste espaço, percebo que nunca devo perder de vista o título de Irmão, pois este é o mais importante e depende apenas do pensar, agir, sentir e ser do Obreiro.
Finalizando, aquele amigo não tão próximo que me convidou para iniciar na Maçonaria hoje é um querido Irmão, como tantos outros que a caminhada maçônica me presenteou.
DANILO BRUNO LOURO DE OLIVEIRA é advogado, Membro da Loja Maçônica União e Justiça Nº 27, de Poções – BA, filiada à Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia, Cavaleiro de Malta no Rito York, Orador Estadual do Grande Conselho da Ordem Demolay para o Estado da Bahia e Membro Correspondente da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas-AMLM.