Gerente da Copasa afirma que racionamento pode voltar na próxima semana, caso não chova até domingo (8)
CARATINGA – Ontem foram empossados os membros do Comitê de Emergência e Gestão da Crise Hídrica do Município de Caratinga, durante reunião no gabinete do prefeito. O comitê será coordenado pela Defesa Civil e reúne representantes dos governos municipal e estadual e sociedade civil. Eles ficam responsáveis por tomar medidas que se fizerem necessárias diante de uma crise hídrica, propor soluções técnicas para aquisição de bens ou serviços destinados ao atendimento dos postos de saúde, escolas e outros serviços essenciais, bem como medidas voltadas à preservação da saúde pública e prevenção de surtos e endemias.
O gerente regional da Copasa, Albino Júnior também participou da reunião. Ele avisou que caso não chova nos próximos dias, na semana que vem o rodízio deverá ser restabelecido.
Segundo o prefeito Marco Antônio Ferraz Junqueira, o comitê é formado pelos secretários das pastas responsáveis por este setor e todos os outros são adjuntos de várias instituições, convidados para participar das reuniões e levar sugestões. “Chamei representantes de vários segmentos, porque teremos que tomar algumas medidas de médio e logo prazo que precisam de todos. A crise hídrica está aí, vamos conseguir passar este verão com um pouco de chuva, mas a partir de março do ano que vem teremos um verão com consequências horríveis para nós”.
Ainda segundo o prefeito, serão feitos estudos e um documento será emitido até o final de fevereiro de 2015 com as ações a serem tomadas. Marco Antônio disse que em março o documento estará montado para que sejam tomadas decisões legais dentro das modificações que poderão ser feitas. “São muitas ideias, mas estamos em duas frentes. A primeira é no sentido de estar acompanhando as questões legais da Copasa, quais as medidas ela está tomando, porque já temos a proposta feita e acordada da transposição do Rio Preto, que é uma medida a médio prazo para o próximo verão. Então acompanharemos a licitação da obra e o início da construção. A segunda frente é acompanhar qual projeto ela tem a longo prazo, pois ainda tem 13 anos de concessão. Queremos saber o que ela projetará para Caratinga em termos de barragens ou outra coisa. Nosso passo é através de decretos, portarias e leis mudando o comportamento de todos nós em relação a crise hídrica”.
O prefeito deu um exemplo de medida a ser tomada de economia em relação a construções civis. “Todas as construções civis de Caratinga, passam pelo aval da prefeitura, para discutir se pode ou não pode ser feita. Por que não instituir uma lei a partir de agora, onde só serão aprovadas as que tiverem sistema de captação de água de chuva? E também como a prefeitura fará para transformar todos imóveis públicos em captação de chuva; são medidas que queremos estudar com pessoas conhecedoras da área para que possa ter um documento viável e sustentável para ser colocado a médio e longo prazo”.
O prefeito disse que a postura do executivo é de buscar soluções junto à concessionária. Sobre o fato dos vereadores terem cobrado uma postura mais firme da Copasa, o prefeito disse que a Câmara solicitou tarde. “Eu já havia estado com presidente da Copasa, já estamos agindo há muito tempo e na verdade os vereadores tomam esta postura para mostrar que estão atentos. O problema é que temos que discutir mais sério. Existem responsabilidades de todos nós, mas na verdade temos que buscar uma solução, já estamos preocupados com o racionamento da próxima semana, caso não chova até domingo (8). Os institutos dizem que cairá 50% o índice pluviométrico, tivemos queda de chuva ano passado e esse ano será pior, temos que buscar soluções rápidas”, salientou o prefeito.
A COPASA
Para Albino, gerente regional as Copasa, o comitê é uma excelente inciativa do poder público municipal, como de todas as instituições que estão participando, para que se faça uma discussão ampla da crise hídrica que está acometendo Caratinga e toda região Leste de Minas. Segundo Albino, são mais de 150 municípios em estado de emergência em toda Minas Gerais. “A criação do comitê é importante para que se possa discutir de forma mais ampla, não apenas o abastecimento de Caratinga, mas uma série de outras ações que podem ser desenvolvidas para minimizar os impactos para o futuro”.
Albino explicou que a Copasa emergencialmente está perfurando poços profundos em vários pontos estratégicos da cidade, “mas infelizmente a região não tem uma boa vocação hídrica”. Em relação à água do subsolo da profundidade de 150 a 200 metros, já foram perfurados três poços sem vasão significativa. “O primeiro deu vasão nula, o segundo muito pequena, cerca de dois litros por segundo, e o terceiro também nulo”, informou o gerente. O quarto poço ainda está sendo perfurado. “Não tivemos sucesso em relação à perfuração de poços, mas tentamos. A Copasa está desenvolvendo um projeto para captação via Rio Preto e assim que estiver pronto será apresentado ao comitê e também divulgado para a população. Percebemos a redução drástica da vazão do Córrego do Lage, mas ela foi recuperada com a chuva do dia 22 de outubro, mas como não choveu significativamente depois, a vazão já começou a cair. Temos comunicado ao prefeito diariamente a condição, para que caso seja necessário, o município edite um novo decreto de emergência com ações mais austeras. Esta é a perspectiva para o futuro. E comunicamos ao prefeito a redução de ontem (quarta-feira, 4) para hoje (ontem) de 15% da vazão do Lage”.
Segundo Albino, ontem, a vazão total do Lage tinha cerca de 185 litros por segundo, já próximo da total captada pela Copasa que é de 175 litros. Se não chover nos próximos dias, possivelmente a Copasa deverá trazer a possibilidade de racionamento. “Por isso é importante economizar muito, com a falta de chuvas, a situação fica crítica”, finalizou.
LISTA DE INTEGRANTES DO COMITÊ
Representantes do Governo
I – Representantes do Órgão Municipal de Defesa Civil
Titular: Isaias de Freitas Borges
Suplente: Altair Camargo Januário
II – Representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Titular: Álvaro Tapias Chinchila
Suplente: Maria das Graças Santos
III – Representantes da Secretaria Municipal de Agronegócios
Titular: Rodrigo Alves da Silveira
Suplente: Cleber Bento Pereira
IV – Representantes da Secretaria Municipal de Saúde
Titular: Raquel Carvalho Ferriera
Suplente: Wendel José Teixeira
V – Representante da Secretaria Municipal de Educação
Titular: Jaider Rodrigues Gonçalves
Suplente: Luiz Henrique Bitencourt
VI – Representante da Câmara Municipal
Titular: Mauro Cesar do Nascimento
Suplente: Elias Jose de Oliveira
Representantes da Sociedade Civil
I – Representantes do Corpo de Bombeiros Militar
Titular: 2ª Tenente Josimar de Melo Gulart
Suplente: 2ª Sargento Luciano Souza Cruz
II – Representantes do IEF
Titular: Anderson Siqueira Theodoro
Suplente: Luciana Oliveira Campos
III – Representantes da Policia Militar do Meio Ambiente
Titular: Sargento Sydney Mançor da Silva
Suplente: Cabo Carlaine Alves Caetano
IV – Representantes da COPASA
Titular: Albino Junior Batista Campos
Suplente: Marcelo Rodrigues da Costa
V – Representantes da ACIC
Titular: Charles Willian Baldon
Suplente: Istefam de Castro Gomes
VI – Representantes da CDL
Titular: João Batista Cabral
Suplente: Marcelo Bastos
VII – Representantes da Pastorear
Titular: Jaelson de Oliveira Gomes
Suplente: Elan Montegomery Tebas
VIII – Representantes da Igreja Católica
Titular: Luciano Magela Campos
Suplente:
IX – Representantes da Instituição de Ensino Superior – Doctum
Titular: Alexandre Azevedo Leitão
Suplente: Marcelo Nery
X – Representantes da Instituição de Ensino Superior-UNEC
Titular: Kleber Ramon Rodrigues
Suplente: Walber Gonçalves de Souza
XI- Representante da Superintendência Regional de Ensino-SER-Caratinga
Titular: Simone Camilo Correa de Paula
Suplente: Guiliane Quintino Teixeira
Art. 2º – A função de membro do Comitê de Emergência e Gestão da Crise Hídrica é considerada serviço público relevante e não será remunerada.
Art. 3º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º – Revogam-se as disposições em contrário.