ENTREVISTA PEDRO E SUAS IDIOSSINCRASIAS

Dom Pedro I foi imperador do Brasil de dezembro de 1822 a abril de 1831

O Imperador do Brasil que fez ecoar o mais importante brado da história do nosso país, Independência ou Morte, é um dos biografados de Paulo Rezzutti, que fala com exclusividade ao DIÁRIO sobre sua obra que retrata o personagem 

 

Por José Horta

 

DA REDAÇÃO – Nesta terça-feira (7) o Brasil completa 199 anos de sua independência. E o brado mais retumbante da história do país, ‘Independência ou Morte’, foi dado por D. Pedro I, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, declarando a libertação do Brasil de Portugal. Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO, Paulo Rezzutti, autor do livro ‘D. Pedro – A História não Contada’ (2015 – LeYa), um Imperador com ideais românticos e liberais, mas acima de tudo um homem idiossincrático, afinal ele ouvia a todos, mas fazia o que queria.

BREVE HISTÓRICO  

Dom Pedro nasceu em Lisboa, em 1798, e era filho de D. João VI e Carlota Joaquina, coroados rei e rainha de Portugal em 1816. Seu nome completo era ‘Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon’.

Ele casou-se com Leopoldina da Áustria em 13 de maio de 1817. Desse casamento, nasceram sete filhos: Maria, Miguel, João Carlos, Januária, Paula, Francisca e Pedro.

Tornou-se regente do Brasil em 1821, quando seu pai foi obrigado a retornar para Portugal. No Brasil, Dom Pedro se tornou líder do processo de independência, que ele proclamou em 7 de setembro de 1822. Em 1826, D. Maria Leopoldina faleceu, e D. Pedro resolveu casar-se novamente somente em 1829. Depois da morte da imperatriz, d. Pedro I afastou-se de sua amante, a Marquesa de Santos, e passou a procurar uma nova esposa na realeza europeia. Em 1829, casou-se com d. Amélia de Leuchtenberg, princesa da Baviera. Desse casamento, nasceu uma filha, chamada Maria Amélia.

Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono e mudou-se para Portugal com o objetivo de participar da Guerra Civil Portuguesa e defender o direito de sua filha, D. Maria II, de assumir o trono do país. Em terras lusitanas, passou a ser chamado de Pedro IV. Ele lutou diretamente pelo trono português contra o seu irmão, D. Miguel, e venceu esse conflito. Maria foi reposta no trono de Portugal em 1834, e D. Miguel fugiu em exílio.

Segundo relatos, durante a guerra, D. Pedro contraiu tuberculose, doença que se agravou e o levou à morte em 24 de setembro de 1834.

Informações: https://brasilescola.uol.com.br/

A ENTREVISTA

Paulo Rezzutti, 49 anos, é o autor dessa obra aclamada como uma das melhores sobre D. Pedro. “Eu não sou historiador de formação acadêmica. Eu sou formado em arquitetura, mas trabalho pesquisando e escrevendo sobre história desde 2011. Em 2016, eu criei um canal no YouTube onde sempre lanço vídeos sobre história em geral. Sou membro dos institutos históricos e geográficos de São Paulo, Petrópolis e Campos dos Goytacazes”, se apresenta Rezzutti.

Nesta entrevista, ele relata algumas curiosidades sobre D. Pedro I. Fala de seu comportamento junto às pessoas que o cercavam e como lidava com a classe dominante da época. Destaca como sua vida pessoal influenciou nas suas decisões políticas e do fato de ser visto com desconfiança, às vezes pelos brasileiros, às vezes pelos portugueses. Ele cita ainda um fato pitoresco ocorrido no dia 7 de setembro de 1822.

Esta entrevista mostra como é importante o conhecimento sobre a história do Brasil, uma necessidade sublinhada por Paulo Rezzutti: “O brasileiro infelizmente não conhece a sua história, ele só conhece as construções de uma história que geralmente é passada para ele de maneira política e que pouco tem de relação com os acontecimentos e os fatos que realmente ocorreram”, pontua Rezzutti.

 

O senhor escreveu a biografia de D. Pedro I. A pesquisa para este livro durou quanto tempo e quais fontes foram usadas? Em Portugal a edição apresenta uma diferença da edição brasileira?

Eu lancei o meu primeiro livro, “Titília e o Demonão – cartas inéditas de d. Pedro I à marquesa de Santos”, em 2011, após dois anos de pesquisa e escrita. Eu havia achado as cartas que ele havia trocado com a sua amante em Nova Iorque, e no trabalho de transcrição delas acabei me interessando mais por Dom Pedro. Fui pesquisando mais sobre ele em arquivos no Brasil e no exterior. As minhas principais fontes para escrever a biografia de Dom. Pedro I foram documentos primários que eu pesquisei tanto no arquivo histórico do Museu Imperial, em Petrópolis, quanto no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, entre outras instituições.  Eu lancei a biografia dele em 2015, após aproximadamente quatro anos de pesquisa. Em 2016, a obra foi lançada em Portugal, e aqui no Brasil eu ganhei o prêmio Jabuti de Literatura com a obra no mesmo ano. As duas edições são iguais, só há algumas mudanças de palavras e expressões que não se adequam ao português de Portugal e do título. Aqui o livro saiu como “D. Pedro”; lá em Portugal, como “D. Pedro IV”. Se aqui ele foi o primeiro imperador com esse nome, lá em Portugal ele foi o quarto. D. Pedro I em Portugal remete a um rei da Idade Média, famoso mundialmente devido ao seu relacionamento com Inês de Castro, a que foi rainha depois de morta.

 

Há algum fato pouco conhecido que o senhor descobriu e tenha lhe chamado a atenção?

 

São vários os pontos a respeito dele pouco conhecidos, mas um que me surpreendeu bastante foi o amor imenso que ele tinha pelos filhos, principalmente pelas crianças que ele foi obrigado a deixar no Brasil quando abdicou e teve que partir para a Europa. As saudades que ele sentia eram enormes, e isso transborda nas cartas deles para elas. A quantidade de recomendações e conselhos que ele transmite nas cartas, principalmente para D. Pedro II, são bem grandes. É como se D. Pedro I escrevesse esses conselhos para o futuro monarca que D. Pedro II viria a ser. Outra questão era a educação, os estudos, que ele fazia questão que os filhos tivessem. Ele reconhecia os problemas que a falta de uma educação formal infligira a ele e não queria isso para os filhos. Outro ponto é a eterna dualidade na vida dele. No Brasil, ele era visto como português e, em Portugal, era visto como brasileiro. Na Europa ele era visto como um liberal, um rei que doava constituições para seus povos, e no Brasil ele era visto como um tirano.

 

Outra situação era que D. Pedro I sofria de epilepsia. Esses ataques aconteciam com frequência?

Sim, e muitas vezes eram públicos os ataques e ninguém fazia questão de esconder, era algo relativamente normal tanto para a corte como para o povo. Certa vez, ele teve um ataque no meio de uma revista às tropas que embarcariam para a Cisplatina. Todos que estavam próximos viram, saiu no jornal, enfim, era visto com uma certa normalidade. Mas com o passar dos anos essas crises foram se espaçando.

 

À época, como foi analisado por portugueses e brasileiros o ‘Dia do Fico’?

Pelos brasileiros, foi uma esperança, e para os portugueses, uma traição. As cortes constitucionais portuguesas, reunidas em Lisboa, ordenaram que D. Pedro, que estava então no Brasil como príncipe regente, retornasse. A ideia era recolonizar o Brasil, e ele como um elemento político aqui impedia isso. No momento que ele optou por ficar no Brasil, ele deu força ao movimento de autonomia dos brasileiros.

 

Pouco antes da Independência do Brasil, houve a Rebelião de Avilez. Jorge Avilez Tavares, então governador das Armas da Corte e Província do Rio de Janeiro, queria mesmo sequestrar D. Pedro e com isso impedir a independência da colônia?

 

O levante da divisão auxiliadora portuguesa, comandada por Avilez, foi uma resposta direta ao Dia do Fico. A ideia era sim embarcar D. Pedro e a sua família se preciso à força para a Europa, deixando o caminho livre para as ordens de recolonização do Brasil determinadas pelas cortes.

 

Sobre a Independência do Brasil, poderia nos descrever quais foram os papéis desempenhados por D. Pedro I, D. Leopoldina e José Bonifácio?

 

  1. Leopoldina e José Bonifácio basicamente foram, junto com outros, os articuladores da independência brasileira, enquanto D. Pedro foi o agente catalisador do processo. D. Leopoldina era muito mais educada e preparada para governar. Enquanto a tendência de D. Pedro no final de 1821 era obedecer aos deputados constituintes em Lisboa, Dona Leopoldina já trabalhava para que eles ficassem no Brasil. Tanto que eu comento, tanto na biografia de D. Pedro I quanto na de Dona Leopoldina, que o “Fico” dela foi anterior ao dele.

 

  1. Pedro I teve mesmo distúrbios intestinais no dia 7 de setembro de 1822?

 

Sim, teve. Isso não é lenda, foi público e notório. Várias testemunhas que estavam com ele registram isso junto com os acontecimentos do 7 de Setembro.

 

Geralmente uma colônia consegue sua independência por meio de revolução. Mas no caso do Brasil, isso foge à regra. Portugal aceitou facilmente a independência brasileira? O Brasil se comprometeu a pagar a dívida da coroa portuguesa junto à Inglaterra?

 

A independência do Brasil não foi tão simples quanto se acredita. Houve guerra, o Brasil chegou a contratar militares estrangeiros para ajudar os brasileiros a se livrarem dos portugueses. A Bahia só se viu livre dos portugueses depois de muita luta em 1823. Somente em 1825 é que a independência foi reconhecida, e o tratado entre Portugal e o Brasil foi assinado, com a Inglaterra fazendo a intermediação. A indenização paga pelo Brasil foi alta, era uma das exigências de Portugal. Os portugueses cobravam, entre outras melhorias deixadas no Brasil, a biblioteca real que havia sido trazida de Portugal e continuou por aqui, formando o núcleo inicial da nossa Biblioteca Nacional.

 

O Imperador tinha por hábito ouvir as pessoas próximas à ele? Quem era mais ouvido, José Bonifácio ou Chalaça?

Ele ouvia a todos, mas fazia o que queria. Pouca gente além dele mesmo teve influência sobre ele durante muito tempo. Incialmente, foi o conde da Barca, depois Gonçalves Ledo e Clemente Pereira, depois José Bonifácio, e sempre com o Chalaça junto. Depois foi o marquês de Barbacena, mas todos foram caindo um a um. No final, ele só fazia mesmo o que queria.

 

Obviamente as pessoas têm D. Pedro I como um ‘devasso’. Até que ponto suas relações extraconjugais atrapalharam sua governança?

 

Atrapalharam pela questão da moralidade. O escândalo na corte foi devido à Marquesa de Santos, sua predileta, que foi colocada dentro da corte para servir a imperatriz. Os filhos que ele assumiu da amante e várias outras ações acabaram por minar o respeito dos brasileiros para com o trono e em específico a ele. Tanto que um dos maiores cuidados da corte na criação de D. Pedro II foi justamente que ele fosse uma pessoa mais centrada, controlada e discreta, diferente do pai.

 

  1. Pedro I é tido como centralizador, como mostra a questão da Constituição de 1824. Como isso influiu em seu relacionamento com as elites da época, no caso os comerciantes e o donos de terra?

 

O fato de ele ser contra a escravidão, mas não conseguir aprovar efetivamente nada que acabasse com ela, mostra muito como era o relacionamento. Ele tentou fazer valer o tratado que foi assinado com a Inglaterra para acabar com o tráfico negreiro, mas isso dependia de uma lei específica da Assembleia que nunca saiu, porque grande parte dos políticos eram senhores de terras e proprietários de escravos. Parte do movimento que o levou a ter que abdicar foi causado pelos políticos que não queriam o fim do tráfico negreiro e conseguiram levantar a população brasileira contra ele por meio de outras questões.

 

Como era a relação de D. Pedro I com a imprensa e como ele enfrentou as manifestações antilusitanas?

A imprensa era livre, mas não se podia criticá-lo diretamente, então a imprensa arrumava subterfúgios como chamá-lo de “caro imperador”, não por ele ser querido, mas por ser custoso. Ele, por sua vez, pagava jornalistas para falar bem dele e do governo. Muitas vezes ele se envolveu na imprensa, escrevendo artigos com pseudônimos.

Na noite de 20 de novembro de 1830 o jornalista Líbero Badaró foi assassinado em São Paulo. Ele lutava pela liberdade de imprensa contra os abusos da monarquia e da Constituição. Alguns historiadores discutem a possibilidade de D. Pedro I ter envolvimento nesse crime. Existe alguma evidência sobre isso?

Quanto a pergunta. Não, não há comprovação de que d. Pedro I tenha real envolvimento nesse crime. As fake news sempre existiram na história da imprensa brasileira. A morte do jornalista Líbero Badaró, que era contrário ao modo de governar de d. Pedro I, fez com que os inimigos políticos do imperador usassem o acontecimento para desgastá-lo ainda mais.

 

  1. Pedro abdicou do trono no dia 7 de abril de 1831. Voltou para Portugal, onde se tornou Pedro IV. Os portugueses aceitaram facilmente sua volta?

Ele se tornou d. Pedro IV no início de 1826, quando seu pai, o rei d. João VI, morreu em Portugal. Ele assumiu o trono, deu uma constituição para o país e abdicou condicionalmente em favor de sua filha, a princesa d. Maria da Glória, que virou d. Maria II de Portugal. A menina estava prometida ao seu tio, D. Miguel, mas esse deu um golpe e tomou a coroa para si. D. Pedro, quando retorna para a Europa, foi primeiro para a França. De lá, após arregimentar portugueses exilados, mercenários e navios, partiu primeiro para os Açores e a partir dessa base invadiu a cidade do Porto, em Portugal. Ele não foi muito bem recebido. A população não tinha muito interesse em ser libertada por ninguém, para o povo, o governo de D. Miguel não era ruim. Era para os liberais que foram presos, torturados, mortos ou tiveram que fugir de Portugal. A maior parte da nobreza e do clero também não viam D. Pedro com bons olhos. Ele havia acabado com uma série de direitos, benefícios e regalias dessas duas classes pela constituição que deu ao país em 1826. D. Miguel, quando tomou o trono, rasgou a constituição, assumiu como defensor do absolutismo e restituiu os privilégios da nobreza e do clero, e este passaram a apoiá-lo.

 

Como o senhor descreve a relação entre D. Pedro e D. Miguel?

  1. Pedro I e D. Miguel tiveram praticamente a mesma criação no Rio de Janeiro, mas D. Miguel conviveu muito mais com a sua mãe, Dona Carlota Joaquina, que o transformou em um defensor do absolutismo, enquanto que D. Pedro era mais inclinado aos ideais liberais, tanto que sempre tentou dar leis que garantissem os direitos mínimos dos povos e posteriormente deu constituições tanto para o Brasil quanto para Portugal. A divergência entre eles explodiu mesmo com a questão do trono de Portugal. O acordo era D. Miguel assumir como regente de Dona Maria II e governar a nação até que ela tivesse idade para se juntar a ele como marido e mulher e assumir ela o trono, mas não foi isso que ocorreu.

 

Como o senhor avalia que D. Pedro deixou seu nome na história?

Ele foi um herói romântico e liberal, lutou pela liberdade de dois povos, trazendo tanto para o Brasil quanto para Portugal as ideias liberais que haviam pautado a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, mas principalmente o código de leis implantados por Napoleão.

 

Em sua análise, o brasileiro conhece bem sua história? Por que cada época escolhe o seu passado?

Não, o brasileiro infelizmente não conhece a sua história, ele só conhece as construções de uma história que geralmente é passada para ele de maneira política e que pouco tem de relação com os acontecimentos e os fatos que realmente ocorreram. A forma como nos é passada a história é de uma maneira técnica e sem sentimentos que não sejam os ideológicos. A humanidade, os erros e os acertos das pessoas que são personagens de nossa história geralmente não são estudados ou levados em conta no processo, e é isso que eu tento fazer com os meus livros e os meus vídeos no YouTube.

Em seu blog, o livro ‘D. Pedro – a história não contada’ é assim descrito: “Muito se fala do grito às margens do Ipiranga, da sexualidade exacerbada e do jeito impaciente que lhe rendeu a pecha de monarca difícil e de pouco tato político. Mas quase duzentos anos depois de sua morte, pouco ainda se sabe do homem de personalidade complexa que se dispunha a morrer por uma causa; do pai que queria para os filhos a educação que reconhecia falhar em si próprio; do governante que foi protagonista na transição do absolutismo ao liberalismo e ao regime constitucional no Brasil. Foi para preencher as inúmeras lacunas sobre nosso primeiro imperador que este livro foi escrito. Eis, enfim, a história não contada de D. Pedro. Ao morrer, D. Pedro deixou para as futuras gerações de brasileiros uma difícil tarefa: entender as muitas contradições da sua vida e extrair das suas memórias uma imagem fiel de sua personalidade, suas ideias, angústias e ambições. Até hoje, essa tarefa não havia sido bem cumprida. Em meio a um emaranhado de especulações e distorções históricas, restava ainda a interrogação: quem foi o primeiro imperador do Brasil?” Foi para responder a essa pergunta que Paulo Rezzutti recorreu a uma ampla gama de fontes primárias e documentos originais que revelam uma miríade de facetas desconhecidas de D. Pedro, e que lhe deram acesso à história não contada do primeiro monarca do Brasil – esta que agora você tem em mãos. Em lugar da caricatura que tomou conta do imaginário nacional, o autor apresenta aos leitores o homem por trás do imperador, com todas as contradições e riqueza de personalidade que o transformam em um dos personagens mais interessantes da história brasileira – um homem que, para além das muitas amantes, dos filhos ilegítimos e da fama de turrão, nos deixou como legado uma história de sacrifícios em prol da unidade nacional; um homem repleto de defeitos morais e contradições políticas, mas que esteve ligado a grandes passagens da história do liberalismo mundial, e que, acima de tudo, viveu uma vida intensa e repleta de humanidade”.

 

 

OUTRAS OBRAS DE PAULO REZZUTTI

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