Ildecir A.Lessa
Advogado
Não precisa ser especialista em educação para observar que o ensino educacional na atualidade está falido. No tempo do curso primário, o aluno aprendia a ler e escrever. Aprendia tabuada, ou seja, o ensino básico para prosseguimento dos estudos. Depois vinha a admissão ao ginásio, quase um primeiro vestibular. Era aprendizado mesmo. A escola era mais tradicional, a disciplina era obrigatória, o professor tinha autoridade. Os alunos tinham horários e cumpriam. Os professores eram quase que venerados, responsáveis e bem formados. Cantava o hino nacional e da bandeira. As escolas tinham a verdadeira noção, de sua obrigação de formar jovens intelectualmente, com ensino de uma cultura, proporcionando-lhes uma ideia da ordem social.
A escola tinha ciência de que é a primeira instituição com a qual as crianças se deparam, sendo importante que vejam que há algumas regras, que o professor é a autoridade e que é preciso respeitar tanto ele como os colegas. Aquela escola que é chamada hoje de tradicional, ensinava o aluno a ler e a se comportar. Isso porque, é impossível aprender bem sem que haja ordem na sala de aula. Essa era a base principal da escola tradicional: comportamento, leitura e avaliação pelo conhecimento.
Na escola tradicional, para aprender a escrever, o aluno sentava bem, olhava para frente, pegava o lápis e se concentrava. O aluno tinha a verdadeira noção de que, para aprender bem, exigia-se um esforço. Outro aspecto era a leitura. Não precisava insistir para pegar um livro e ler. O aluno era encorajado a ler. A biblioteca tinha bons livros e, era recomendado ao aluno ler um, a cada sexta-feira. Depois era contado que foi lido. Tinha o chamado grêmio, uma espécie de competição para ver quem leu mais. Desenvolvia-se o vocabulário. Em casa, os pais praticavam a leitura com os filhos, apoiavam e muitos, serviam de modelo. Com todo esse envolvimento, o aluno respeitava as instruções do professor, fazia a chamada tarefa de casa, e aprendia a não mentir.
Hoje o ensino foca numa escola que virou verdadeira fábrica de alunos em série, centrando seus objetivos em competir uma escola com outra, para destacar. A escola virou creche, o professor um psicólogo ou um assistente social. A escola hoje, não enfrenta o desafio de controlar o acesso ao celular e ao computador para que os alunos se concentrem. A escola não tem força para proibir o celular. Os pais não vigiam o tempo de uso da tecnologia. Proibir é muito difícil, porque se criam conflitos, mas um pai moderno deve saber dizer “não”. Deve resistir. O aluno mente e parece que não acontece nada. Os alunos inventam inúmeros motivos para justificar por que não fizeram um trabalho, que escrevem de forma pouco legível para gerar dúvidas ou discutem o tempo todo com os professores.
Com isso, o professor sente que não é respeitado, que tentam enganá-lo. Com isso, todas as relações de ensino se rompem. Evidentemente que sempre houve dificuldades para aprender na escola, mas oque precisa mesmo, com urgência, é a volta da educação às bases antigas, sob pena de ano após ano, forma uma geração de analfabetos egressos das escolas.