*Geraldo Elisio Fontoura de Oliveira
Mais uma vez o computador nos desafia a colocar no papel algumas ideias que gostaríamos de ver disseminadas junto à comunidade leitora do Diário de Caratinga.
Enquanto renomados literatos, semanalmente, nos levam a refletir sobre as mazelas estampadas pela mídia eletrônica, da qual somos reféns, escribas sazonais como nós se arriscam a tentar passar à frente alguns posicionamentos e, por conseguinte, mexer com as mentes daqueles que ainda se debruçam sobre uma literatura escrita, na busca de achar algo interessante.
Já com alguma “juventude acumulada”, temos observado que a cada período, uma nova ordem tenta se estabelecer, sempre na expectativa de que as coisas melhorem, que o Ser Humano consiga se libertar do racionalismo exagerado e encontre, junto aos seus grupos familiares e sociais, o caminho da verdadeira felicidade.
O ano de 2019 trouxe no seu bojo a esperança de tempos melhores, ainda que para isso tenhamos de provar do “remédio amargo” para a cura da nossa insensibilidade. Alguns que convivem conosco e que teimam em não aceitar as novas regras de conduta a que, certamente, terão de se adequar, ocupam boa parte de seu precioso tempo usando as redes sociais com estórias que nos levam à triste fase anterior de nossa recente história político-comunitária.
Recentemente, num grupo de pessoas que ainda se encontram semanalmente para trocar ideias através da fala, um tema foi colocado em discussão, a propósito da Campanha da Fraternidade 2019: – O que temos feito, pessoalmente, em relação às Políticas Públicas de nossa comunidade? Qual a nossa participação efetiva? Foi difícil alguém se manifestar como um participante ativo na discussão de um tema da maior importância para cada um de nós e para a coletividade no geral…
Quando alguma coisa de ruim acontece na comunidade, em menos de trinta minutos temos informações tão detalhadas, que às vezes até os órgãos a quem compete uma postura mais efetiva e eficiente, se sentem ridicularizados, pois parecem ser os últimos a se dar conta do ocorrido.
Citar fatos recentes no país seria incorrer no mesmo erro de posicionamento daqueles já citados neste texto. Então, gostaríamos de deixar aos que se deram ao trabalho de ler até aqui, um questionamento: – “Somos parte integrante da nossa comunidade, ou apenas coabitamos no mesmo espaço físico/geográfico dos cidadãos que residem à nossa volta?” …
A velha máxima de que “minha vida já é muito complicada para me envolver na dos outros”, não cola mais como desculpa para nos eximirmos da nossa grande responsabilidade social. Ou nos jogamos de cabeça nesse projeto de melhoria da vida de toda a nossa gente, ou não teremos direito de reclamar de nada que se refira à nossa independência de ação.
Infelizmente, há muita gente que ainda tenta apontar os defeitos dos outros e se esquece de olhar para o próprio dedo, sujo, antes de fazê-lo.
Têm acontecido em nossa comunidade, inúmeras iniciativas de cunho social, com o objetivo maior de melhorar a vida dos nossos irmãos menos favorecidos na área econômica e, principalmente, na área sociocultural. E o que temos presenciado é uma quase total apatia daqueles que poderiam ser multiplicadores e incentivadores dessas iniciativas.
Faça um exame de consciência, uma autocrítica e verifique se não VOCÊ não está colaborando para o aumento dessa apatia que emperra a possibilidade de mudança na nossa comunidade…
Como no início deste texto, reiteramos nosso pensamento:
– “É muito difícil” …
GERALDO ELISIO FONTOURA DE OLIVEIRA é professor aposentado, Membro Efetivo da Loja Maçônica Fraternidade Acadêmica de Caratinga, Membro Honorário da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga e 1º Secretário da Academia Maçônica do Leste de Minas-AMLM.