Yasmin Salim
Agda Mussi
A depressão pós-parto é um sério problema de saúde no ciclo gravídico-puerperal, período que envolve transformações físicas, psíquicas e sociais durante a gravidez, podendo dificultar o estabelecimento de vínculo entre mãe e filho. Atinge aproximadamente 10 a 20% das mulheres nos seis primeiros meses após o parto. O início dos sintomas pode ocorrer durante a gravidez ou nas quatro semanas seguintes ao parto, afetando a mãe, a criança, o parceiro e a família.
Nenhuma mulher nasce mãe. Ela se torna mãe. Para algumas delas, o nascimento do bebê é um momento especial, de alegria e excitação. Para outras, significa uma carga superior àquela que imaginavam suportar.
Na ocasião do nascimento de um filho, a maioria das mulheres tem uma imagem idealizada e romanceada de mãe acolhedora, tranquila, compreensiva, capaz de enormes sacrifícios. As mulheres que não se enxergam dessa forma se sentem incapazes de cuidar do seu bebê, e acham que não nasceram para serem mães.
Vários fatores podem contribuir para a depressão pós-parto, como as mudanças físicas, o estilo de vida, um bebê exigente, a dificuldade de amamentação, filhos mais velhos com ciúmes, problemas financeiros, falta de apoio do parceiro ou de outros familiares, história familiar de depressão, dentre outros.
Os sintomas da depressão pós-parto englobam desânimo profundo, desinteresse para o mundo externo, perda da capacidade de amar, inibição de toda atividade, diminuição da autoestima, humor deprimido, irritabilidade, choro frequente, falta de energia, agitação ou retardo psicomotor, transtornos alimentares e do sono, sentimento de inutilidade ou culpa, pensamentos recorrentes de morte, sensação de não dar conta do bebê, manifestações psicossomáticas como hemorragias, infecções, fissuras mamárias e dificuldade na lactação.
A depressão pós-parto pode e deve ser evitada. Se a mãe já sofreu doenças parecidas ou se passa por uma situação estressante, que possa desencadear o problema, ainda durante a gravidez, ela, o médico, o parceiro e a família devem ter cuidado redobrado e acompanhar possíveis alterações comportamentais de perto.
O diagnóstico da depressão pós-parto não é fácil, uma vez que muitos sintomas como alterações do sono, no apetite e fadiga são comuns depois do parto.
Em uma possível intervenção, é preciso avaliar quais são as ideias, os pensamentos e as emoções que essas mães possuem sobre si mesmas e que se encontram distorcidos. Em terapia, essas questões podem ser resolvidas. É ensinado a elas, a expressar afeto pelo filho, mesmo que não sintam isso, e que esse afeto viria com o tempo. Exercícios físicos também auxiliam no tratamento do transtorno depressivo. Por fim, o melhor é ter atenção, cuidado e carinho com essas mães que estão surgindo para uma nova e extraordinária etapa de sua vida com um recém-nascido.
Yasmin Salin e Agda Mussi são acadêmicas do 4º Período do Curso de Psicologia do UNEC.