Por Patrícia Nayara Estevam*
Olá, leitor!
Ninguém duvida que existe uma relação direta entre alimentação, saúde e bem-estar físico e mental. As pesquisas comprovam que a boa alimentação tem um papel fundamental na prevenção e no tratamento de doenças. Há milhares de anos, Hipócrates já sabia disso quando afirmou “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”.
A composição exata de uma dieta diversificada, equilibrada e saudável varia de acordo com as características individuais de cada pessoa, contexto cultural, alimentos disponíveis localmente e hábitos alimentares. No entanto, os princípios básicos do que constitui uma alimentação saudável permanecem os mesmos para todos.
Sendo assim, para realizar uma alimentação saudável é necessário levar em consideração as quatro leis da alimentação, propostas em 1937 por Pedro Escudero.
Pedro Escudero, considerado o pai do estudo nutricional, foi o médico argentino, que criou as leis da alimentação. Elas foram estabelecidas há mais de 70 anos, mas ainda permanecem atuais pois expressam de uma maneira simples, como deve ser a base de uma alimentação saudável. São elas: a quantidade, qualidade, harmonia e adequação.
A Lei da quantidade indica que os alimentos devem ser suficientes para satisfazer as necessidades energéticas e nutricionais do corpo e mantê-lo em equilíbrio. Cada indivíduo necessita de quantidades específicas de carboidrato, proteína, gordura, fibras, vitaminas e minerais para manter suas funções orgânicas e atividades diárias. Logo, tanto o excesso quanto a falta serão prejudiciais ao organismo.
A Lei da qualidade aponta que a alimentação deve ser completa em sua composição e que deve fornecer ao organismo todos os nutrientes que ele necessita. Isso significa que as refeições devem ser variadas, oferecendo todos os grupos de nutrientes para o bom funcionamento do corpo. No Brasil, temos alguns fatores ao nosso favor, como a agricultura, a sazonalidade dos territórios e o clima. Fatores esses que favorecem uma grande variedade de alimentos e consequentemente uma maior gama de opções para a escolha da qualidade dos alimentos a serem consumidos.
A Lei da harmonia ressalta que é preciso ter um equilíbrio entre todos os nutrientes que consumimos, afinal de contas, não é porque um alimento é saudável que devemos consumi-lo todos os dias, repetidamente.
A Lei da adequação estabelece que a alimentação precisa ser adequada às necessidades de cada organismo, respeitando as características de cada indivíduo. É necessário considerar também os ciclos da vida (infância, adolescência, adulto e idoso); o estado fisiológico (gestação e lactação, por exemplo); o estado de saúde (presença ou ausência de doenças), entre outros. Em cada uma destas fases, é importante que seja feita uma adequação dos alimentos.
Por fim, é importante destacar que o nutricionista é o profissional habilitado a aplicar estas leis para cada indivíduo, e elas servem de base para ensinar ao paciente que é o equilíbrio que lhe trará saúde, que ele pode sim comer coisas que tanto gosta, mas que precisa entender quando, como e quanto pode comer.