A origem do Carnaval deve ter sido, provavelmente, nas festas ancestrais, as saturnais realizadas em Roma antiga em exaltação a Saturno, deus da agricultura. Na época dessa celebração as escolas se fechavam, os escravos eram soltos e os romanos dançavam pelas ruas.
A palavra Carnaval em latim é Carnis levale, que significa Retirar a Carne. Relacionando-se ao jejum na Quaresma criada pela Igreja Católica para controle dos prazeres mundanos e excessos.
Um dos carnavais mais famosos foi o de Veneza na Itália. Remonta ao século XI, mas teve seu apogeu no século XVIII. A nobreza se disfarçava para sair e misturar-se ao povo. Era feito de magia e respeito pelas tradições. Surgiram as máscaras e roupas coloridas. As fantasias que até hoje enfeitam o carnaval eram as de Palhaço, Arlequim, Colombina, Ciganas, Havaianas.
O carnaval espalhou-se pelo mundo. Quase todos os países o adotaram. No Brasil ele teve o seu espaço mais amplo e povo mais receptivo. De temperamento acolhedor e entusiasmado, os brasileiros tingem o Carnaval com as cores do contentamento mágico, da criatividade e beleza. Quase todas as cidades brasileiras promovem hoje o carnaval. O mais famoso ocorre no Rio de Janeiro. O mundo inteiro quer conhecer a nossa folia. O que deslumbra é o desfile das Escolas de Samba na Avenida. Maravilhoso pelos temas desenvolvidos, pela roupagem rica, carros alegóricos surpreendentes. O povo superlota as arquibancadas e assiste a um verdadeiro espetáculo de danças, rebolado, cultura, criatividade e beleza.
Não podemos esquecer as marchinhas que animam o nosso carnaval. Bonitas e revelam a filosofia de nossos foliões. Há umas que são criativas: “Quanto riso, OH! Quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão. Arlequim está chorando por amor da Colombina no meio da multidão………” Há outras sátiras com um pontinho de maldade: “Seu Romeu, que sorte a sua, casar com uma mulher que acha tudo pela rua. Na rua Uruguaiana achou uma geladeira, em Copacabana um casaco de veludo, na Praça Mauá achou um Cadilac com chofer e tudo….” Gosto muito daquela que diz: “Este ano não vai ser igual àquele que passou, eu não brinquei, você também não brincou. Este ano, meu bem, tá combinado, nós vamos brincar separado…….” Na minha juventude cantávamos assim: “Confete, pedacinho colorido de saudade…”
Dom Helder Câmara, sacerdote santo e sensível, disse: “Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo que é uma das raras alegrias que ainda sobram para minha gente querida. Brinque, meu povo querido. É verdade que na quarta-feira a luta recomeça, mas ao menos se pôs um pouco de sonho na realidade dura da vida……”
Aliás, o que ele diz é o que a maioria pensa. Aproveitar os dias felizes para esquecer o trabalho exaustivo e as tristezas da rotina, além de reabastecer o corpo e o espírito para um recomeço animado.
Muitos casais se conhecem no Carnaval e seguem juntos pela vida toda. Há outros que se encontram, mas se separam logo depois. Mas é inegável a oportunidade que essa festa apresenta para quem quer um amor. O clima de alegria e descontração atrai o amor, os encontros interessantes.
Vamos brincar, alegrar-nos, mas fazer tudo para não haver violência. Muita gente junta pode causar transtorno porque o brasileiro tem sido violento em muitas situações, como acontece no Futebol. Sendo esse esporte uma paixão nacional, não poderia dar lugar a brigas e mortes, como tem acontecido. Lembrar, também, de afastar as drogas e o álcool, que causam infelicidade e desalentos maculando a alegria do reinado de Momo.
Marilene Godinho