D. Pedro II
Considerado por muitos o maior estadista brasileiro de sempre. Nasceu, no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825. De cognome o magnânimo filho de D. Pedro I e da Rainha Maria Leopoldina da Áustria foi obrigado a assumir a Coroa de Imperador com a tenra idade de 5 anos.
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança era o seu nome completo.
Foi formado pelos melhores professores durante a sua infância e adolescência para se tornar um governante competente. Estudou caligrafia, literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, pintura, música, dança, esgrima e equitação. O seu caráter e a sua formação tornaram-no um governante com um senso do dever e extremamente disciplinado.
No dia 3 de setembro de 1843, Dom Pedro II esperava, no porto, sua esposa Teresa Cristina de Bourbon. O casamento era um arranjo político com Francisco I, rei das Duas Sicílias. Tiveram quatro filhos, mas só sobreviveram Isabel e Leopoldina.
- Pedro I deixou a coroa a seu filho completamente arruinada e o Brasil estava mesmo na fronteira da desintegração. D. Pedro II conseguiu sair vitorioso na Guerra do Uruguai, na Guerra do Paraguai, bem como na Guerra da Prata, diplomata, mas ao mesmo tempo rigoroso nas ações, conseguiu ganhar respeito da comunidade internacional. A estabilidade política, digamos que uma democracia parlamentar constitucional, tornou o Brasil um jovem país muito respeitado no exterior. Economicamente o Brasil torna-se numa potência. No início de seu governo, Dom Pedro II fez viagens diplomáticas às províncias onde estavam ocorrendo conflitos. Em 1850, Dom Pedro II ainda não completara 25 anos, mas seu império já estava consolidado. A Constituição de 1824, com as modificações introduzidas pelo Ato Adicional, dava ao Imperador um Governo quase autocrático. Mas Pedro II optou, sempre, pela moderação. Os partidos políticos do Império representavam a aristocracia rural e a técnica política do Imperador era revezar os partidos no poder.
O mais fascinante para mim deste estadista do século XIX não era a sua capacidade de governar, mas a sua veia de patrono das artes e ciências. Amigo de Darwin, Bells, Louis Pasteur e de escritores/filósofos como Vitor Hugo e Nietzsche e ainda Wagner, ele fazia do Rio de Janeiro uma das capitais do mundo cultural.
Em maio de 1871 o imperador e sua esposa viajaram à Europa. Ele há tempos ansiava por férias no exterior. Quando chegou a notícia de que sua filha mais nova, a princesa Leopoldina, então com 23 anos, havia morrido de tifo em Viena, ele finalmente encontrou um motivo forte para partir. Ao chegar em Lisboa, imediatamente dirigiu-se ao Palácio das Janelas Verdes, onde encontrou-se com sua madrasta, Amélia de Leuchtenberg, que não via há quarenta anos. O encontro foi emocionante e Dom Pedro escreveu no seu diário: “Eu chorei de felicidade e também de dor por ver minha mãe tão afetuosa para comigo, mas também por vê-la tão idosa e doente”.
Em seguida ele visitou a Espanha e a Grã-Bretanha. Depois visita Espanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Alemanha, Áustria, Itália, Egito, Grécia, Suíça e França. Sua impressão sobre a viagem foi de um tempo de “alívio e liberdade”. Viajando com o nome de “Pedro de Alcântara”, insistia em ser tratado informalmente e em parar apenas em hotéis. Passava seus dias em passeios e encontrando com cientistas e outros intelectuais com quem partilhava interesses. A viagem foi um sucesso, e suas maneiras nobres e sua curiosidade valeram-lhe notícias respeitosas nas nações que visitou. Este prestígio aumentou quando chegaram à Europa as notícias sobre a aprovação da Lei do Ventre Livre. Ele e sua comitiva voltaram em triunfo ao Brasil em 31 de março de 1872. Durante estas viagens, Dom Pedro II deixa sua filha a Princesa Isabel como Regente. Em ambos os momentos a princesa resolveu causas difíceis. Em 1871, assinou a lei do Ventre Livre e em 1875 foi resolvida a Questão Religiosa. Em 1886, Dom Pedro adoece e parte novamente para a Europa. No dia 13 de maio de 1888, com a Regência da Princesa Isabel, é assinado o decreto que acaba com a escravidão no Brasil. Em seu Império, ocorreram o fim do tráfico negreiro (4 de setembro de 1850), a implantação do sistema de esgoto das duas principais cidades da época, São Paulo e Rio de Janeiro (1850); a Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871); a libertação dos escravos sexagenários e a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, sancionada pela princesa Isabel, que ocupava a regência. A ideia do Brasil como uma República sempre esteve no ar, vários foram os movimentos que se formaram em vários momentos, como na Guerra dos Farrapos e na Revolução Praieira, só após a Guerra do Paraguai ressurgiu e se fortaleceu. No dia 15 de novembro de 1889, pela conjugação de interesses políticos, o governo imperial foi derrubado. Estava proclamada a República no Brasil. No dia seguinte organizou-se um governo provisório, que deu 24 horas para Dom Pedro deixar o país.
Dom Pedro II embarca com a família para Portugal. Era 17 de novembro de 1889, dois dias após a proclamação da República. Chegando em Lisboa no dia 7 de dezembro, seguiu para o Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28 do mesmo mês. Pedro, com 66 anos, segue sozinho para Paris, onde fica hospedado no Hotel Bedford, onde passava o dia lendo e estudando. As visitas à Biblioteca Nacional eram seu refúgio. Em novembro de 1891, doente não saia mais do quarto. No dia 5 de dezembro de 1891 morre em consequência de uma pneumonia.
A sua filha Princesa Isabel desejava realizar uma cerimônia discreta e íntima, mas acabou por aceitar o pedido do governo francês de realizar um funeral de Estado. No dia seguinte, milhares de personalidades compareceram a cerimônia realizada na Igreja de la Madeleine. Além da família de Pedro II, estavam: Francisco II, ex-rei das Duas Sicílias; Isabel II, ex-rainha da Espanha; Luís Filipe, Conde de Paris, e diversos outros membros da realeza europeia. Também estavam presentes o general Joseph Brugère, representando o presidente Sadi Carnot, os presidentes do Senado e da Câmara, assim como senadores, deputados, diplomatas e outros representantes do governo francês. Quase todos os membros da Academia Francesa, do Instituto de França, da Academia de Ciências Morais e da Academia de Inscrições e Belas-Artes também participaram. Representantes de outros governos, tanto do continente americano, quanto europeu se fizeram presentes, além de países longínquos como Turquia, China, Japão e Pérsia Em seguida o caixão foi levado em cortejo até a estação de trem, de onde partiria para Portugal. Apesar da chuva incessante e da temperatura extremamente baixa, cerca de 300.000 pessoas assistiram ao evento. A viagem prosseguiu até a Igreja de São Vicente de Fora, próximo a Lisboa, onde o corpo de Pedro II foi depositado no Panteão dos Braganças em 12 de dezembro.
Os membros do governo republicano brasileiro, “temerosos da grande repercussão que tivera a morte do Imperador”, negaram qualquer manifestação oficial. Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, pois a “repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos”. Foram realizadas “missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico”.
Quando revogada a lei do banimento em 1920, os despojos dos imperadores foram trazidos para o Brasil e depositados na catedral do Rio de Janeiro em 1921. Em 1925, foram transferidos para Petrópolis.
D Pedro II o maior estadista brasileiro de sempre, assim é considerado na História Universal.
João Abreu é natural de Angola, mas tem nacionalidade portuguesa. Ele reside em Caratinga e é empresário com formação em Marketing.
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