* José Antonio Martins Júnior
No dia que escrevi este texto, eram 02:58 da madrugada de sexta-feira, momento que muitas pessoas acordam para orar, para rezar, ou acordam assustados por pesadelos ou inquietações (E você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o porquê você acorda às 3h da manhã. Bom, é sabido que esse período da madrugada, que se inicia a partir das 2h é caracterizado pelo começo da organização do dia seguinte, do renascer. A noite está “acabando” e o dia está pronto para “nascer”. E é nesse momento de transição em que você pode acordar. Explicando o motivo: todos os dias somos energizados para iniciar um novo amanhã da forma mais pura e consciente que existe. E quando nós não estamos “organizados”, ocorre esse movimento energético ou espiritual que faz com que despertemos. É recomendado, inclusive, que nesse momento nós rezemos por gratidão a fim de nos encaixar novamente nessa espiritualidade de forma elevada).
Tinha passado por um dia de avaliação do Curso de Educação Física, no qual trabalho há 17 anos, e coordeno há sete anos. E resolvi escrever sobre o poder que temos de mudar as pessoas com a nossa profissão. Lembrei-me do depoimento de inúmeros alunos que durante os meus 23 anos de profissão vieram depois de vários aulas, por mim ministradas, contar as maravilhas que tinham acontecido em suas mentes, em suas vidas, se na vida dos seus, em especial a um aluno de futebol no antigo “Pé na bola, cabeça na escola”, no ano de 1995, sobre a Tutela de meu diretor Sr. Nelson Souza, que não tinha nenhuma formação superior, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado e outros ados, que de alguma forma “demonstram” um Ser Humano qualificado intelectualmente, mas de um amor pela profissão e uma sutilidade humana que fazia a gente acreditar que uma criança que tem o pé na bola, e ama isso, pode realmente ter a cabeça na escola, e saber que uma pessoa que nasce desprovida de um futuro na vida, por uma herança, por uma família bem estruturada financeiramente, tem uma única chance de vencer na vida, quando realmente tem a cabeça na escola, e não somente o pé na bola.
Lembrei-me aqui desse aluno, hoje frentista de um posto de gasolina da cidade de Caratinga, que ao me ver parar o carro para abastecer, falou: Prof. Júnior e eu respondi o “Fulano de Tal”, e ele retrucou – uê professor, você lembra do meu nome? Eu respondi: lógico, você foi meu aluno no Pé na Bola Cabeça na Escola! Ele respondeu: Verdade professor! Todos aqueles alunos do projeto naquela época, viraram homem. Olha para senhor ver, eu estou aqui trabalhando neste posto de carteira assinada, casei, tenho filhos maravilhosos e estou muito feliz graças a Deus, (nesse momento ele tirou o boné pra falar de Deus) e hoje meu bairro está uma tristeza, professor, o projeto acabou e os meninos não estão jogando bola e estão só mexendo com coisa errada. Assim o “fulano de tal”, orgulhosamente, encerrou a conversa.
Também lembrei-me de todos os meus alunos de futebol que falavam que iam ser jogadores de futebol, e de alguns atletas de futebol que tentaram carreira profissional, saindo de Caratinga e região, passando por equipes de categoria de base de vários times de primeira divisão no Brasil e terminando sua vida, sem ser profissional e com aversão a estudar, frustrados, desiludidos e sem futuro. Estão, até hoje, arrastando a vida. OBRIGADO Seu NELSON, por me ensinar lá em 1995 qual a verdadeira intenção do Pé na Bola e a Cabeça na Escola.)
Lembro-me também dos inúmeros depoimentos de ex-alunos que falavam que tiraram pessoas da depressão, da obesidade, da vontade de dar o fim na vida, através da aula de recreação, de musculação, de corrida e de inúmeros outros exercícios físicos que proporcionaram coisas maravilhosas na vida dos outros e os fizeram repensar a forma de viver? Parabéns a todos os professores, que acreditam em seus alunos e fazem isso quase todos os dias em vários municípios da região, do estado e do Brasil, desvalorizados financeiramente, mas ricos na capacidade de ter vindo a este mundo e estão contribuindo realmente para um mundo melhor que ficará para seus filhos, netos, bisnetos… E foi nesse mesmo dia que nosso “Exmo Presidente da República” falou que não renunciaria, pelo fato de não ter culpa nenhuma das acusações sobre ele. Que foi noticiado nos áudios que circularam nos inúmeros telejornais do Brasil nesse dia 18/05/17.
Ai eu te pergunto: onde está a verdadeira essência do nosso ser? Ah sim……… Antes de eu dormir, pois estava esgotado, cansado, um pouco frustrado, mas feliz pelo simples fato do coração estar batendo e o pulmão lotado de ar, minha MÃE me perguntou:
Filho quer que eu prepare alguma coisa pra você comer?
Quer que a MÃE faça isto ou aquilo?
Falei: não MÃE, obrigado, preciso deitar.
Então vai. Descanse, Dorme com Deus! Qualquer coisa a MÃE está por aqui……………………………
Depois do que você leu até aqui, AVALIE: onde está a verdadeira essência do nosso ser?
*José Antônio Martins Junior, Professor titular do Centro Universitário de Caratinga (UNEC) mantida pela Fundação Educacional de Caratinga (FUNEC). Coordenador e professor do Curso de Educação Física do UNEC. Mestre em Ciência da Motricidade Humana na Universidade Castelo Branco – RJ (2003), Especialista em Atenção Primária em Saúde da Família pelo NESCON/ Faculdade de Medicina da UFMG (2013), Licenciado em Educação Física UNILESTE (1999)
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