Encontro de Carros Antigos de Caratinga chega à sua segunda edição
Todo brasileiro é apaixonado por carros. Caratinga não foge à regra. Um grupo de amigos colecionadores e amantes de carros antigos promovem o antigomobilismo, que visa restaurar e preservar estas preciosas relíquias, buscando incentivar a cultura de valorização dos automóveis que fazem parte da história da evolução automobilística.
Carros antigos atraem proprietários e apreciadores de todas as idades para conhecerem veículos de décadas passadas, que com certeza trazem consigo boas histórias.
No ano passado, o cartunista Edra promoveu o I Encontro de Carros Antigos de Caratinga, que foi assunto do DIÁRIO DE CARATINGA. A exposição de raridades sobre quatro rodas surgiu como nova opção de lazer e cultura para a família caratinguense. Barracas de alimentação e apresentação de música ao vivo fizeram parte da programação.
Para este ano, o organizador já tem uma data definida pra promover o Encontro, 26 de abril.
Segundo ele, “o evento promove intercâmbio entre fãs, admiradores, entusiastas e interessados no assunto, servindo ainda de troca de experiência, informações sobre peças, consertos e outras particularidades dos veículos, uma vez que todo carro tem a sua peculiaridade.”
Para participar do evento, o interessado deve contribuir com cinco quilos de alimentos não perecíveis que serão doados a entidade assistencial de Caratinga. A entrada é franca.
Paixão antiga
Irmãs usam Fusca 95 para evangelizar, e confessam que veículo tem valor estimativo para elas
Em 2012, o DIÁRIO DE CARATINGA divulgou uma matéria falando sobre a larga utilização do Fusca pelos caratinguenses. Nesta edição, a reportagem do Jornal visitou as Irmãs Gracianas, do Instituto Nossa Senhora das Graças, onde foram registradas imagens do Fusca que as religiosas usam para fazer missões. O automóvel foi fabricado em 1995, primeiro ano de circulação do DIÁRIO.
Para elas, mais que o valor de compra e venda, o Fusca tem um valor estimativo que não dinheiro que pague. “Nosso carro tem nos ajudado a fazer missões, levar o Evangelho às pessoas. Isso é maravilhoso, pois quando estamos a serviço do ser humano recebemos uma recompensa interior e divina.”
“Eu sempre gostei de dirigir o fusca, pois me oferece segurança, é como se fosse de estimação do Instituto. Eu tenho preferência por ele e o escolho para o trabalho, somente para viagens mais longas que uso outro carro, pois apesar de ser muito seguro o fusca não tem menos potência e torna viagens longas mais cansativas”, comentou a Irmã Iêza Morais, 68, que há 52 anos ingressou no Instituto. Desse tempo, 48 anos foram dedicados ao magistério.
Iêza mora há 22 anos em Caratinga, onde dirige o Fusca há 19 anos.
Das histórias que a irmã guarda do Fusca, ela conta o dia em que precisou ir à zona rural e o carro acabou indo parar numa valeta. “Eu tinha pouco tempo de habilitação. Quando me vi em meio a uma tempestade, cercada de água por todos os lados, passei um aperto. Mas veio uma criança e me animou. Ela me recomendou que saísse logo dali antes que a chuva apertasse. Respirei fundo, passei a primeira marcha e consegui sair do buraco. Aquela criança me motivou a seguir viagem”.
A paixão pelo Fusca é tanta que as irmãs têm um automóvel mais antigo em Santana do Tabuleiro. “O veículo sempre foi um aliado do nosso trabalho, principalmente na época em que foi adquirido, há 19 anos. A gente precisava visitar comunidades que não tinham estradas de acesso pavimentadas. O Fusca facilitava esse deslocamento”, sublinha irmã Iêza.
O comerciante, João Braulino Neto, 42, é apaixonado por seu Chevette 74, ‘o verdinho’, apelido que ele deu ao veículo. Segundo conta, o Chevette tem um valor incalculável. “Eu nem pretende vendê-lo. Vou deixar o carro de herança para meus filhos”.
João utiliza o veículo somente para o lazer. “Meu prazer é passear com a família no meu verdinho”.