Quem matou Marielle Franco?
Após um ano do seu assassinato, as famílias da vereadora carioca Marielle Franco de apenas 38 anos, e de seu motorista Anderson, dormiam sem respostas a respeito de quem havia os matado. Ontem, no dia 12 de março de 2019 dois PM´s foram presos suspeitos do crime. Ronnie Lessa é apontado pelo MP como o autor dos disparos que mataram a vereadora e o seu motorista, Anderson Gomes; já Élcio Vieira de Queiroz seria o condutor do carro usado na execução de ambos.
Marielle era ativista e representava as mulheres lésbicas, assim como as preta ocupantes de cargos políticos. Trabalhou na coleta de dados sobre a violência doméstica contra a mulher, e em pouco mais de um ano, redigiu e firmou dezesseis projetos de lei, dois dos quais foram aprovados: um que regulou o serviço de mototáxi e a Lei das Casas de Parto, visando a construção desses espaços cujo objetivo era fornecer a realização de partos normais.
A figura dessa mulher não era apenas política. Ela significava resistência e a voz de um povo silenciado. Um povo que nunca antes esteve tão presente no congresso lutando por representatividade e direitos negados. Ocupando espaços para que mais pessoas como a Marielle pudessem falar ali por esse mesmo povo.
A execução dela foi também a execução de uma parte da conquista carregada com esse mandato e o que veio depois provou apenas o desespero da classe de milicianos em desmoralizar o que era ela, como o engajamento de notícias falsas que diziam que Franco era mulher de um traficante local, usuária de drogas etc., na tentativa de criminalizar sua imagem e tornar sua morte irrelevante. Nenhuma dessas manchetes tinham embasamento em fatos. O objetivo era claramente esconder a cara dos verdadeiro bandidos.
Todos os dias ideias que visam levantar a comunidade são silenciadas por quem teoricamente não seria beneficiado com isso. Acontece que o racismo e a criminalização de um tom de pele tem sido lucrativo por centenas de anos, e a reforma de leis que mantem esses corpos presos ou sem vida, nos forçam combater esse quadro com estudo, conhecimento e raça. Mesmo que nos censure ou nos matem.
MARIELLE PRESENTE.
Anna Rita S. Silva,
Fundadora e idealizadora do projeto Tubmanbra.
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