*Glauber Santos Soares
Cada vez mais, torna-se evidente o desgaste, tanto físico, quanto psicológico dos educadores em sala de aula, assim como toda a comunidade escolar, em decorrência do alto grau de indisciplina dos alunos. Os constantes episódios de atos infracionais e indisciplina têm sido encarados como um fardo na educação brasileira, principalmente nas escolas públicas.
A violência escolar é um fenômeno social que não deve ser analisada isoladamente; ela compõe um processo amplo, que vai além da escola. Isso implica uma série de fatores que dizem respeito ao contexto social como um todo. Os métodos e técnicas tradicionais já não resultam os mesmos efeitos que alguns poucos anos atrás produziam. A tentativa em trazer à escola os pais e envolvê-los nas situações surgidas, cada vez mais encontra entraves. No cotidiano escolar, muitos pais simplesmente ignoram a obrigação prevista na legislação.
A violência verbal ou física atingiu 42% dos alunos da rede pública nos últimos 12 meses. É o que revela uma pesquisa realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o Ministério da Educação e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI). O resultado da pesquisa fez soar o alarme social político e educativo, e gerado muitos debates. Mas, lamentavelmente, não frearam o fenômeno.
Existem vários mecanismos para combater a violência escolar e hoje iremos abordar sobre a filosofia de Polícia Comunitária, ou seja, pela aproximação da escola e do seu ambiente, ampliando a segurança no local e em seu entorno; pelo esclarecimento de dúvidas sobre o trabalho policial, pelo assessoramento à escola quanto à segurança; e pela interação com a comunidade escolar e com as autoridades locais.
A Polícia comunitária é, sem sombras de dúvidas, a melhor forma de interação entre Polícia e comunidade escolar. Executado na forma de Ronda Escolar, também nada mais é que a basilar atividade de “policiamento ostensivo” em “ação de presença” que deve atuar precipuamente preventivamente (ações proativas), e atuar supletivamente na repressão a crimes e a atos infracionais.
Esse espaço, além de promover a integração polícia e comunidade escolar, trará a interação e o envolvimento com outros atores e órgãos que atuam na área da infância e adolescência. Nessa perspectiva, esta proposta objetiva uma segurança pública que vise à construção dos direitos humanos, a partir do exercício da cidadania.
GLAUBER SANTOS SOARES é professor, policial militar, Mestre Instalado da Loja Maçônica Filadélfia, de Vitória da Conquista – BA, editor da revista Guardião do Civismo e Membro Correspondente da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas – AMLM. E-mail: glauber.cmvc@gmail.com