* Marineusa Gonçalves Medeiros de Oliveira,
Uma viagem de turismo em um dos maiores navios de cruzeiro do mundo, seguindo uma rota escolhida pelos passageiros e, no qual são proporcionados momentos de entretenimento com cinema e teatro a bordo, deliciosos cardápios envolvendo a gastronomia de diferentes culturas para atender ao público de diversas nacionalidades, não seria nada mau. Ao contrário. Seria uma excelente oportunidade de mudar a rota e conhecer lugares novos.
O povo bem que poderia estar viajando tranquilamente nesse imenso cruzeiro chamado Brasil. No entanto, as questões relacionadas à falta de infraestrutura, à alta carga de impostos, aos custos elevados para manter o bom funcionamento do navio e ao egoísmo de membros da tripulação têm provocado muitos transtornos na viagem desse navio, que fica cada vez mais parecido com o Titanic.
Essa embarcação está à beira de um naufrágio por causa dá má administração por parte dos responsáveis que não pensam nas condições financeiras (atmosféricas) do povo. As falhas na navegação têm uma única origem: a falta de humanidade, que pode causar uma colisão do navio com as rochas submersas da insensibilidade, da ganância e do poder. Enormes icebergs!
O casco do navio foi perfurado pela corrupção, permitindo a infiltração da injustiça, da desonestidade e da desigualdade social.
A instabilidade financeira provoca a inclinação do navio, que pode não voltar a se estabilizar.
Alguns membros da tripulação danificam intencionalmente o navio, provocando muitas guerras e conflitos.
Os ventos da impunidade provocam impactos na escolha de uma nova rota.
As demoras da justiça se transformam em projéteis, mísseis e torpedos preparados para serem lançados sobre a indignação dos passageiros, que desejam apenas que a verdade se manifeste em plenitude.
O capitão desse navio já disse em alto e bom tom: “Nem Deus afunda esse navio”. Não será necessária a interferência de Deus, pois o próprio capitão está por realizar essa proeza.
A declaração do naufrágio de uma embarcação ocorre mediante a constatação da perda total de tudo que nela existia, após o insucesso da viagem que os próprios passageiros escolheram realizar.
Diante do contexto em que o Brasil se encontra, se o povo não escolher outro destino, poderá se considerar à deriva, mesmo que em terra firme; um náufrago sobrevivendo em uma ilha deserta, na espera de alguém que apareça para resgatá-lo.
* Marineusa Gonçalves Medeiros de Oliveira, Professora da Escola “Professora Jairo Grossi, Graduada em Letras pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC, Pós graduada em Psicopedagogia.