Imagens mostram agressão brutal de filha que tentou matar a mãe

Caratinga – Um caso chocante e de extrema gravidade envolvendo violência doméstica foi registrado na última segunda-feira, 4 de agosto, em Caratinga. Uma senhora de 76 anos foi vítima de agressões violentas praticadas pela própria filha, de 50 anos. A tentativa de homicídio só foi interrompida graças à chegada do irmão da agressora, que conseguiu conter a mulher antes que o pior acontecesse.
Para explicar os detalhes dessa triste situação, o advogado da vítima, André Gustavo Magalhães, que acompanha o caso e representa a família, disse em tom de lamento. “Mais uma tragédia familiar em nossa cidade”

Segundo André Gustavo, infelizmente, o episódio é mais uma tragédia familiar que precisa ser registrada e divulgada para a sociedade. “Lamentavelmente, é uma situação que não gostaríamos de relatar, mas precisamos repassar. Trata-se de uma senhora idosa, com 76 anos e várias comorbidades, que sofreu uma tentativa de homicídio pela própria filha. Segundo consta no auto de prisão em flagrante, essa mulher tentou ceifar a vida da mãe por asfixia, tentando tirar-lhe o ar por enforcamento,” explica o advogado.
A agressora, no momento do ataque, estava muito nervosa, e a agressão só foi cessada quando o irmão da mulher chegou para socorrer a mãe.

Histórico de ameaças e agressões
O advogado relatou que não foi a primeira vez que a filha agrediu a mãe. Segundo ele, no dia 28 de maio deste ano, a mulher já havia simulado um mal súbito da mãe para entrar na casa dela e ameaçá-la. “Ela pediu aos vizinhos que abrissem o portão, já que a mãe tinha receio do que poderia acontecer. Já vinham ocorrendo diversos problemas de ordem pessoal entre as duas, sempre com agressões da filha contra a mãe.”
Naquela ocasião, a filha teria proferido ameaças severas, dizendo que colocaria a mãe em um asilo, onde ela morreria sozinha, e chegou a ameaçar outros familiares. Após o episódio, os filhos da vítima foram à delegacia, registraram boletim de ocorrência e solicitaram medidas protetivas contra a agressora.
Mesmo assim, a agressora retornou recentemente, novamente simulando que a mãe estava passando mal. Segundo o auto de prisão em flagrante, ela entrou na casa, agrediu a mãe com socos e tapas, bateu a cabeça dela contra o chão e, ajoelhada sobre a vítima, tentou sufocá-la.
“Graças a Deus, o irmão da autora das agressões chegou a tempo e conseguiu contê-la, segurá-la, até a chegada da polícia, que prendeu essa mulher em flagrante,” detalha André Gustavo.

Consequências para a vítima e andamento do processo
A mãe sofreu muitos hematomas e ferimentos pelo corpo, e foi encaminhada junto com a agressora para a UPA para exames e corpo de delito. “A família autorizou a divulgação das imagens para mostrar a gravidade dos fatos e o temor com que vivem diante da possibilidade de a filha retomar essa conduta.”
A prisão em flagrante foi ratificada e convertida em prisão preventiva, enquadrada no artigo 121-A do Código Penal, que trata do feminicídio, destacando a motivação por condição de sexo feminino e a violência doméstica envolvida.
“A agressora chegou a passar mal na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e precisou ser internada, mas está sob escolta policial. A família está muito temerosa com a possibilidade de ela ser solta, já que a senhora idosa mora apenas com um filho que é caminhoneiro e passa longos períodos fora para trabalhar. Nós, como advogados da vítima, manifestamos no processo o risco que a mãe corre caso a filha recupere a liberdade,” afirma o advogado.

Motivações e aspectos familiares
Sobre os motivos que levaram a agressora a tentar matar a própria mãe, André Gustavo diz que nem a família sabe exatamente a razão: “Parece ser um desdobramento de um transtorno psicológico, mas não há clareza. A mulher apresenta um comportamento agressivo não só contra a mãe, mas contra outros membros da família. Ela morava em outra cidade, teve problemas com ex-companheiro e com um filho menor, perdeu a guarda e passou a morar em Caratinga. Também há relatos do uso de álcool e substâncias entorpecentes.”

O papel do advogado assistente da vítima

O advogado ressalta a importância do acompanhamento jurídico no caso. “O advogado não é apenas contratado para a defesa, mas pode atuar como assistente de acusação, prestando apoio e solidariedade à vítima e familiares, repassando informações e acompanhando todo o andamento do processo para garantir a proteção física e psicológica da vítima.”

Confiança no sistema de justiça

A família, segundo André Gustavo, está satisfeita com a atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Judiciário, que conseguiram prender a agressora e proteger a senhora idosa.
“Acreditam que está sendo feita justiça e que a prisão preventiva vai garantir a segurança e a paz social da vítima,” conclui o advogado.