MANHUAÇU – Um estudo divulgado pelo Tribunal de Contas de Minas Gerais, dentro das ações do Setembro Amarelo, revelou um panorama preocupante sobre a saúde mental no estado. A microrregião de Manhuaçu aparece entre as que mais empenharam recursos públicos em 2023 para ações ligadas à prevenção do suicídio e à valorização da vida.
Segundo o levantamento, os municípios de Manhuaçu destinaram mais de R$ 4 milhões ao tema no último ano. No cálculo per capita, o valor representa cerca de R$ 13,12 por habitante, colocando a região entre as dez maiores do estado em investimento proporcional
Apesar desse esforço financeiro, o estudo também identificou situações de vulnerabilidade na região. Entre os anos de 2021 e 2022, foi detectado um agrupamento significativo de casos de suicídio entre mulheres de 50 a 59 anos nas microrregiões de Governador Valadares, Caratinga, Manhuaçu, Aimorés, Ipatinga e Mantena. O risco relativo encontrado foi de 2,58, ou seja, mais do que o dobro do esperado para essa faixa etária
O relatório destaca que o aumento nos gastos demonstra comprometimento dos gestores locais com a saúde mental, mas alerta que a eficácia das políticas depende da qualidade da aplicação dos recursos, da estruturação da rede de atenção psicossocial (RAPS) e da distribuição de profissionais especializados, como psiquiatras e psicólogos
Rede de apoio e desafios
Manhuaçu conta com unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), serviços fundamentais para acolher pessoas em sofrimento psíquico grave e prevenir crises. Ainda assim, especialistas apontam que a região precisa avançar em estratégias de prevenção voltadas a mulheres adultas e adolescentes, além de ampliar campanhas educativas em escolas e comunidades.
O relatório conclui que, para além das campanhas anuais do Setembro Amarelo, é necessário investir em ações contínuas e estruturais, garantindo acesso rápido a serviços de saúde mental, especialmente em áreas mais vulneráveis.
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