Cápsula do tempo concretada em 1999 é aberta na Academia de Letras e revela objetos e documentos

MANHUAÇU – Com olhares curiosos, acadêmicos, convidados e familiares de pessoas que participavam assiduamente dos movimentos e do desenvolvimento de Manhuaçu, acompanhavam atentamente a abertura da cápsula do tempo, na tarde da última sexta-feira (22) dia marcado para algumas revelações.
Objetos variados, fotos, revistas, jornais, chaveiros e outros escritos à mão foram depositados em duas urnas de material residente, lacradas no dia 11 de dezembro de 1999, para a memória do final do milénio. Nas urnas continham fragmentos da vida social, cultural, econômica e cultural de Manhuaçu, além de lembranças dos membros da Academia Manhuaçuense de Letras, nos últimos dias do Segundo Milênio. A data de abertura da cápsula do tempo estava marcada para 21 de setembro de 2020, mas devido a pandemia foi adiada e, finalmente aberta na tarde desta sexta-feira, 22 de agosto de 2025, pela Academia de Letras e Fundação Manhuaçuense de Cultura.
A caixa foi construída bem na entrada da Casa de Cultura Ilza Campos Sad. Ali, todos os acadêmicos, familiares de quem à época participava de vários movimentos, familiares e jornalistas aguardavam para testemunhar a abertura das urnas.
A ideia visionária veio do jornalista Sebastião Fernandes, então presidente da Academia Manhuaçuense de Letras. Dentro da cápsula foi colocada uma série de objetos, cartas e documentos, jornais, fitas cassete, fitas VHF, que certamente contavam um pouco da história, pedidos, o que pensavam do futuro e, as mudanças capazes de mudar as características da cidade.
Muitos documentos não resistiram ao tempo, e acabaram deteriorando. Outros ficaram indefinidos e, de alguns jornais sobraram pequenos fragmentos. Chamou a atenção uma escrita deixada pelo advogado, João S. Mansur. “Cincoenta anos advogando. Espero continuar sempre advogando”. O papel timbrado com seu nome estava dentro de um envelope, que estava conservado. Uma carta escrita pelo advogado e presidente da 54ª Subseção da OAB-Manhuaçu, Dr. José Paulo Hott também estava intacta. Nela, o advogado lembrou da morte de seu irmão e o nascimento de sua filha. Outros objetos estavam totalmente deteriorados.
A acadêmica, Maria de Lourdes Oliveira Viana conta que, muitos trouxeram documentos. Lembrou da acadêmica, Adeuslyra Corsete, que trouxe documentos da Igreja de São Sebastião do Sacramento, que, tempo depois foi demolida. “Nós trazíamos os documentos, objetos e passávamos para o Sebastião Fernandes. Quanto ao pedido de cada pessoa, ninguém ficou sabendo, pois ficou como segredo que deveria ser revelado agora”, relata Maria de Lourdes Viana.
O presidente da Academia Manhuaçuense de Letras, o advogado Luiz Gonzaga Amorim ficou otimista e ansioso, para desvendar o mistério guardado na cápsula do tempo. “É muito importante termos coisas do passado, sendo reveladas agora. Pena que muitos documentos se perderam com o decorrer do tempo. Agora, vamos preparar para um novo tempo e, no dia 21 de setembro estaremos colocando documentos na nova cápsula do tempo, para revelarmos daqui a 20 anos”, destaca Luiz Gonzaga Amorim.
Eduardo Satil

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