Pistoleiro condenado por homicídio em Aimorés é preso em fazenda às margens do Rio Xingu, no Pará

Policiais que participaram da ação integrada

Juninho Caixa Eletrônico atuava em diversas cidades da região, como Aimorés, Pocrane, Ipanema e Mutum.

 

 

DA REDAÇÃO – Na madrugada desta quarta-feira (30), foi preso em Altamira, no Pará, um dos pistoleiros mais procurados da região de Aimorés, no Vale do Rio Doce. Conhecido como “Juninho Assaraí” ou “Juninho Caixa Eletrônico”, ele foi condenado a 17 anos e 9 meses de prisão pelo homicídio qualificado de um homem que devia dinheiro ao mandante do crime — um empresário da região, também já condenado.

O foragido foi localizado em uma fazenda de difícil acesso, situada às margens do Rio Xingu, nas proximidades da Usina de Belo Monte. A prisão foi possível graças a uma operação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com apoio do Ministério Público do Pará, por meio do GSI (Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional), e da Polícia Civil do Pará, por meio da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais).

 

Ação integrada e estratégias de inteligência

As investigações conduzidas pelo Gaeco de Governador Valadares permitiram a localização do condenado. Com base nessas informações, a Justiça da comarca de Aimorés expediu mandado de busca e apreensão para a propriedade rural onde o foragido estava escondido.

A partir disso, o GSI do MPPA realizou o mapeamento de rotas de fuga, e a equipe da Core/PCPA organizou uma operação com incursões fluvial e terrestre até a região de várzeas, onde o pistoleiro foi finalmente capturado.

No momento da abordagem, ele portava documento de identidade falso e uma pistola calibre 9 mm, municiada.

 

Crime por encomenda

O pistoleiro foi julgado pelo Tribunal do Júri de Aimorés em setembro de 2022 e condenado por homicídio qualificado, cometido mediante pagamento e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele teria recebido R$ 10 mil para executar o crime.

A vítima havia tomado dinheiro emprestado de um empresário, que, por sua vez, havia assumido R$ 100 mil em nome próprio. Com os juros, a dívida alcançou R$ 240 mil, e o mandante acabou perdendo sua casa para quitar parte do valor. Mesmo assim, restou um saldo devedor de R$ 140 mil, o que motivou o crime.

De acordo com os autos, o mandante articulou o homicídio ao se reunir com um inimigo da vítima e com o pistoleiro, que atuava em diversas cidades da região, como Aimorés, Pocrane, Ipanema e Mutum.

O promotor de Justiça Rômulo C. G. Costa Pereira, que atuou na comarca de Aimorés, foi responsável pela Ação Penal e conduziu a acusação durante o julgamento.

Prisão preventiva mantida

Tanto no julgamento do mandante, em julho de 2021 (com pena de 12 anos de reclusão), quanto no do executor, em 2022, a Justiça determinou a manutenção da prisão preventiva, com cumprimento das penas em regime fechado.

Na sentença, o juiz destacou que o crime foi praticado “em um cenário de cobrança de dívidas de valor, através de investidas contra a vida de devedores, elevando a periculosidade do condenado e demonstrando que o restabelecimento da liberdade coloca em risco a ordem pública”.

No momento da abordagem, o foragido portava documento de identidade falso e uma pistola calibre 9 mm, municiada