Autor do crime alega que a dívida chega a 200 mil reais
TIMÓTEO – Uma dívida não paga terminou em um homicídio com tiros e numa prisão. O desentendimento aconteceu no Centro Comercial de Timóteo, no fim da tarde desta segunda-feira (18). Um homem foi preso e confessou a motivação do crime. Outro foi atingido por tiros e levado em estado grave para o hospital, aonde horas depois veio a morrer.
O subtenente PM Batista explicou que uma equipe da PM estava posicionada nas proximidades de onde houve o crime, quando escutou os tiros e foi em direção ao local dos fatos. Policiais depararam com vítima e autor, que tinham se atracado em uma luta corporal, envolvendo outras pessoas que correram para segurar o atirador. Um dos policiais conseguiu tomar a arma de Sebastião Marinho Neto, de 60 anos, que foi preso.
“Em um primeiro momento, imaginamos que poderia ser uma tentativa de roubo, pois o crime foi em uma área e em horário comercial. Depois, conversando com o autor ele mesmo confessou que veio à cidade para se encontrar com esse cidadão, que lhe deve dinheiro”, explicou o policial.
Já, Tarcísio José Fernandes, de 35 anos, que era natural de Caratinga e proprietário drogaria, localizada na Avenida Jovino Augusto da Silva, entre o Centro e o bairro Bromélias, ficou gravemente ferido com três perfurações por tiros. Inconsciente, foi levado para o Hospital São Camilo. No fim da noite a informação é que Tarcísio não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
Em entrevista ao repórter Vander Andrade, da Rádio Itatiaia Vale do Aço, o autor confesso da tentativa de homicídio, Sebastião Marinho afirmou que Tarcísio José tem uma dívida de quase R$ 200 mil com sua família, desde 2010.
“Vem arrastando, arrastando, cobramos e ele esnoba da gente, anda de carro zero com nosso dinheiro e manda nós caçarmos a Justiça. Só esnoba a gente. Hoje (segunda-feira), perdi a cabeça”, explicou.
EMPRÉSTIMOS
Na dívida, conforme relata Sebastião Marinho, um de seus filhos emprestou dinheiro para que Tarcísio financiasse um Honda Civic e um Corolla. “Ele prometeu que pagaria, mas nunca pagou e passou a abusar da gente. Eu esquentei a cabeça, saí de Caratinga determinado a cobrar isso”, resumiu.
Quanto à arma usada no crime, um revólver calibre 22 que foi apreendido com três cartuchos deflagrados e quatro intactos, explica Sebastião, que a comprou em um morro. “É fácil comprar uma arma de fogo com vagabundos e essa, eu comprei e paguei R$ 2 mil por ela”, alegou.
Perguntado se estava arrependido, Sebastião afirmou que só se arrependeria, verbalmente, diante de Deus, pois teme por sua salvação, colocada em risco com o delito cometido. “Mas, quanto a vingança que eu fiz, se preciso, se ele sobreviver ou um irmão dele perseguir a mim ou à minha família, não terei outra saída”, enfatizou.
Mecânico de bicicletas, Sebastião tem três filhos, no distrito de Santa Luzia, município de Caratinga e nunca tinha passado pela polícia anteriormente. O carro que Sebastião usou para ir ao local do crime, um Chevrolet Kadett, com placas de Caratinga, também foi apreendido e removido ao pátio credenciado.
Fonte: Diário do Aço
