LATROCÍNIO CHOCA POPULAÇÃO CARATINGUENSE

Vítima estava desaparecida desde sexta-feira (26) e seu corpo foi encontrado no domingo (28) (Foto: Rede social)

Motorista de aplicativo, Sirlene Salazar, 53 anos, foi brutalmente assassinada depois de ter seu carro e pertences roubados

 

CARATINGA – A população caratinguense ficou chocada com o desfecho do desaparecimento da motorista de aplicativo, Sirlene Salazar, 54 anos, cujo corpo foi encontrado pela polícia na noite desse domingo (28), em Santa Luzia, zona rural de Caratinga.

O desespero da família de Sirlene começou na tarde da última sexta-feira (26), em que depois de fazer uma corrida, ela não atendeu mais o telefone. O fato foi comunicado à polícia, e desde então amigos e familiares também começaram a procurar pela motorista, que teve seu carro abandonado na avenida Moacir de Matos, na madrugada de sábado (27), por um casal.

Durante as buscas realizadas pela Polícia Militar no interior do veículo da vítima foram achados um cartão de banco e o chip do aparelho celular da vítima. Foram realizados levantamentos de informações pelas forças de segurança, que resultaram na identificação de um casal que estava na condução do veículo e que ele foi deixado no referido endereço, após ter ficado sem combustível.

A mulher de 28 anos que foi vista saindo do carro foi identificada após diversas diligências entre a Polícia Militar e a Polícia Civil de Caratinga. Ela foi ouvida e confirmou que estava na condição de carona no referido veículo, a convite do autor, de 23 anos, e que não conhecia bem ele, dizendo apenas que ele passou com a carro da vítima perto dela e chamou ela para dar uma “volta”, e que ela não sabia nada sobre a motorista de aplicativo.

Após levantamentos e informações iniciaram as buscas pelo autor, e no domingo (28), na parte da tarde chegou ao conhecimento da Polícia Militar, de que populares, insatisfeitos com a conduta do autor estariam o levando para delegacia, porém, logo após chegou outra informação, onde dizia que ele teria conseguido fugir. Diversas equipes da Polícia Militar iniciaram as buscas pelo autor, onde após pular diversos muros e portões o autor foi preso nos fundos de uma residência na praça Cesário Alvim, no centro.  Em entrevista ao autor, ele confessou que a vítima estava morta, e indicou aos militares o local onde o corpo estava. Equipes deslocaram para o distrito de Santa Luzia, zona rural de Caratinga, onde localizaram Sirlene.

 

POLÍCIAS MILITAR E CIVIL FALAM SOBRE OS DETALHES DO CASO

 

 

 

Em entrevista coletiva na manhã dessa segunda-feira (29), o tenente Renato, da Polícia Militar, e o delegado regional Ivan Sales, detalharam para a imprensa todo o caso.

O delegado Ivan disse que desde o momento que souberam do caso de desaparecimento, as polícias Civil e Militar começaram a trocar de informações até que na madrugada do sábado (27), o veículo foi localizado e estratégias para encontrar a motorista de aplicativo foram traçadas.

“Durante o sábado inteiro, a Polícia Civil, eu pessoalmente, o tenente Renato, e os demais policiais ficamos todos envolvidos. Dividimos as equipes inicialmente na tentativa de localizar a vítima, identificar os autores e capturá-los. As diligências se estenderam até a data de ontem (domingo,28) que foi feita a prisão. É importante frisar que há uma questão processual que só foi possível fazer a prisão em flagrante desse autor, já que o fato aconteceu na sexta-feira, em razão desse trabalho ininterrupto, ou seja, se em algum momento tivesse tido uma paralisação nas buscas, não seria mais possível fazer a prisão em flagrante”, explicou o delegado.

De acordo com o tenente Renato, ao ser realizada a prisão do autor, ele indicou onde estava o corpo da vítima. “Nós nos deslocamos até o local indicado por ele, foi encontrado o corpo da vítima e a partir de então foi acionada a Polícia Civil que realizou os trabalhos periciais e logo após a remoção do mesmo”, informou o tenente.

 

 

 

ENVOLVIDOS E PROSSEGUIMENTO DA INVESTIGAÇÃO

 

 

 

O delegado explicou que as investigações prosseguem no sentido de desvendar todos os detalhes do crime, a motivação e a participação de todos.  “O autor que está foragido foi quem pegou a corrida com a vítima e a matou sob o argumento de que ela teria o reconhecido, é o que contou o autor que está preso. Esse sujeito que está preso foi importante no sentido de apontar onde que a vítima foi deixada, mas ele tenta dizer que foi pressionado pelo investigado foragido a levar a vítima para o local onde foi encontrada. Da mesma forma que ele ajuda, ele tenta se defender, então é preciso saber se de fato ele teve essa participação na morte da vítima, ou quando ele chegou ela já estava morta”.

Com relação a mulher que aparece nos vídeos e foi conduzida para delegacia, o delegado regional explicou que no início teve a suspeita de sua participação, porque ela é vista deixando o carro junto com esse autor foragido, no momento em que eles abandonam o carro. “O que ela alegou é no sentido de que estava na rua, esse cara passou, deu uma carona pra ela e eles foram andar pela cidade. E naquele momento que o carro parou no local onde eles deixaram, é porque acabou o combustível. E aí eu a interroguei porque ela andava com ele sem saber o seu nome, sobre ele ter a intimidade de colocar as mãos nos ombros dela, e ela respondeu que até tentou tirar. Nesse ponto, há uma situação que ainda precisa aprofundar nas investigações, ela ser ouvida novamente. Porque passa uma viatura da Polícia Militar naquele exato momento. Então esse autor pode ter colocado o braço sobre os ombros dela no sentido de não levantar nenhuma suspeita”, pontuou o delegado.

AUTOR FORAGIDO

Ainda de acordo com o delegado Ivan Sales, já foi realizado o pedido de prisão preventiva do autor foragido e a polícia aguarda esse documento da justiça para capturá-lo. “Tenho convicção de que a gente vai conseguir prendê-lo nos próximos dias. Esse crime, a tipificação já está bem definida, porque esse autor que está foragido chegou a roubar o celular da vítima, certa quantia em dinheiro e o carro.  Então a motivação do crime era o roubo, que o autor acabou matando a vítima como forma de garantir a sua impunidade”.

 

FAMÍLIA

A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA esteve no velório e conversou com sua irmã, Helena Martins da Silva, 58 anos, conhecida como ‘Leninha’, que falou um pouco de Sirlene e fez alguns agradecimentos. “O resultado infelizmente foi esse, mas eu só quero agradecer em primeiro lugar a Deus, agradecer a polícia que fez um trabalho excelente, agradecer a toda a população, a todas as nossas amizades, e ao grupo do aplicativo. Gente, o sofrimento não é pouco, é muito grande, mas estamos muito gratos por tudo que está acontecendo. Deus nos deu essa oportunidade de ver o resultado final. Não temos ela aqui, mas estamos gratos porque sabemos que a justiça está sendo cumprida. A minha irmã era uma pessoa muito boa, ela não aceitava a palavra não. Ela vivia para o próximo, ela foi como a Santa Terezinha aqui na terra”, disse Leninha.

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