SÃO JOÃO DO ORIENTE – A Justiça acolheu denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pronunciou um homem de 29 anos pelos crimes de tentativa de feminicídio qualificado e coação no curso do processo. O caso ocorreu em 24 de abril de 2025, no distrito de Santa Maria do Baixio, quando a vítima, de 24 anos, foi brutalmente agredida.
Segundo o MPMG, representado pelos promotores de Justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro e Igor Heringer Chamon Rodrigues, o acusado teria atacado a companheira com um pedaço de madeira, desferindo diversos golpes na cabeça e no rosto. A agressão ocorreu na presença da filha do casal, de apenas dois anos, circunstância que aumenta a pena prevista pela legislação.
A denúncia aponta que o crime foi praticado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de estar inserido no contexto de violência doméstica e familiar. A vítima sofreu ferimentos graves, como corte extenso no rosto, lesão profunda no couro cabeludo e perda dentária, permanecendo com sequelas físicas e psicológicas. A morte só não ocorreu devido à intervenção de terceiros que ouviram seus gritos por socorro.
Após o ataque, o agressor fugiu levando a criança. Testemunhas relataram que ele é conhecido pela alta periculosidade e possui histórico de violência, além de envolvimento com tráfico de drogas e condenação anterior por latrocínio.
Durante a instrução processual, foram ouvidos a vítima, seis testemunhas, um informante e o próprio acusado. Laudos médicos, boletim de ocorrência e demais elementos comprovaram a materialidade do crime e os indícios suficientes de autoria, preenchendo os requisitos para o pronunciamento.
O pedido da defesa para desclassificação do crime para lesão corporal no contexto de violência doméstica foi rejeitado pela magistrada responsável.
Com a decisão, o acusado será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, instância competente para analisar crimes dolosos contra a vida. O MPMG acompanhará a sessão plenária e atuará pela responsabilização diante da gravidade dos fatos.










