Família de homem assassinado em 2020 clama por justiça
CARATINGA – A família de Washington Gonçalves Cordeiro está em busca de justiça. O rapaz foi assassinado em 2020 e o suspeito de autoria do crime é o primo Alcides Maciel Neto. O homicídio foi registrado no distrito de Cordeiro de Minas, zona rural de Caratinga. O pai da vítima, José Lopes Cordeiro, 60 anos, os tios Manoel Cordeiro de Melo, 51 anos, e Carlos Lopes Cordeiro, 47 estiveram na redação do DIÁRIO DE CARATINGA para pedir agilidade da justiça e a prisão do suspeito.
Conforme os familiares, passados quase três anos do crime, o acusado do homicídio nunca foi preso. “É considerado foragido depois de se apresentar à polícia e ser liberado”, disse um dos familiares da vítima, acrescentando que parte da família precisa viver escondida, por temer retaliações. “A mãe da vítima vive com depressão e crises de pânico e ansiedade, sem nenhuma assistência ou proteção do Estado”.
O CRIME
O crime foi praticado em novembro de 2020, no distrito de Cordeiro de Minas, zona rural de Caratinga. Conforme dados da Polícia Militar, um homem na época com 46 anos foi acusado de tentar matar a própria irmã, Léia Cândida Maciel Gonçalves, que na data do crime tinha 40 anos. Ela estava na porta da casa de parentes, em Cordeiro, quando viu o irmão, Alcides Maciel Neto se aproximar. Desconfiada das intenções do irmão, devido a desavenças anteriores, a mulher correu para dentro da residência. Manoel Cordeiro de Melo, 51 anos, tio da vítima disse que no dia do crime, Alcides e Léia brigaram muito por questões familiares. “Ela levou polícia até a casa do Alcides, depois ela veio embora e ficou na casa do Washington (seu primo de segundo grau, assim como o acusado). Acho que ele (Alcides) tinha um olheiro vigiando, ele veio com arma em punho, já tinha tudo premeditado, Léia viu ele vindo, correu e se escondeu, então ele efetuou dois disparos na direção dela, mas ela correu e se escondeu, aí efetuou um terceiro disparo que atingiu a janela e um quarto, na face de Washington, entre os olhos. A justiça tem que ser feita, nada foi feito até hoje, meu sobrinho era um jovem simples, tranquilo. O que Alcides fez foi uma maldade de um coração corrompido, se ele queria matar a irmã, deveria ter ido atrás dela”, conto Manoel.
DISCÓRDIA ENTRE IRMÃOS
Ainda segundo Manoel, a mãe de Alcides faleceu no início de 2020 e por isso os irmãos começaram uma disputa pela casa da família. Dos 13 filhos, apenas Léia Cândida teria sido contra a partilha, pois seria necessário desabrigar o pai, de 90 anos. E por isso, os irmãos se revoltaram contra Léia, que por triste coincidência era muito amiga do primo Washington.
Léia morava no estado de São Paulo com o pai, mas no dia do ocorrido estava a passeio em Cordeiro de Minas e hospedada na casa dos tios (pais de Washington).
Manoel conta ainda que Alcides se apresentou com um advogado na delegacia de polícia, prestou depoimento, no entanto foi liberado para responder em liberdade.
Carlos Lopes Cordeiro, 47 anos, também tio de Washington, disse que a família deseja que a justiça seja feita com mais celeridade. “O que mais almejamos é que a justiça seja feita, já faz mais de três anos e nada aconteceu, foi um crime brutal, premeditado, ele tem que pegar, ele trocou a roupa, colocou capuz e por pura maldade deu um tiro no meio dos olhos do Washington. As autoridades estão muito devagar, ninguém procura pelo Alcides”, disse Calos.
O pai de Washington, José Lopes Cordeiro, 60 anos, pede a prisão do suspeito o mais rápido possível. “O que penso é que a justiça seja feita, que ele seja preso, que procurem por ele. Marcam audiência e depois anulam. Ele não sabe o que é a dor de perder um filho, quero ver ele atrás das grades”, enfatizou o senhor José Lopes.