Advogado alega que não existem provas contra suspeitos de cometerem homicídio em Entre Folhas

Advogado Grazziani Oliveira

CARATINGA – O advogado Grazziani Santana de Oliveira que está fazendo a defesa de um menor de 17 anos, acusado de participar do homicídio em Entre Folhas, no último dia 30, contra Uellington Ribeiro da Silva, 24 anos, alega que o adolescente não teve participação no crime e nem os outros dois suspeitos que foram presos. “O que temos até agora é uma única testemunha que suspostamente os reconheceu, e dentro dos mesmos autos ela disse que eles estariam encapuzados, então não seria possível serem reconhecidos. Tanto o meu cliente, quanto os outros dois acusados negam de forma veemente que tenham sido eles, inclusive no momento que aconteceu o fato eles estavam em casa”, afirma o advogado.
Os adultos estão presos preventivamente e o menor em internação provisória.
Ainda segundo Grazziani Oliveira, não é razoável imaginar que alguém que cometa um homicídio, depois retorne para casa como se nada tivesse acontecido. “Inclusive existem imagens de quando a polícia chegou e eles estavam sentados na escada de suas casas, porque ouviram os disparos e foram ver o que estava acontecendo, e eles passaram de testemunha para acusados. A defesa vai mostrar em momento apropriado que havia outra pessoa que fez esse disparo e está desaparecida na região de Entre Folhas”, conclui o advogado.

ENTENDA O CASO
Em menos de 24 horas, foram registrados dois assassinatos, na mesma rua do bairro Nossa Senhora da Aparecida. Os crimes foram neste sábado (30/12). De acordo com o registro policial, o segundo homicídio teria sido motivado por vingança ao primeiro. Os dois teriam relação com tráfico de drogas. O primeiro assassinato foi durante a madrugada. Adriano Vieira de Freitas, de 29 anos, foi atingido por um tiro no peito no momento em que seguia para uma praça, para buscar a bicicleta do irmão.
De acordo com as informações repassadas para a polícia, um adolescente, de 16 anos, na companhia de Uellington Ribeiro da Silva, de 24, teriam participado do crime.
No entanto, o adolescente confessou o crime e disse que agiu sozinho. Ele contou aos militares que estava vigiando o jovem para matá-lo quando tivesse a oportunidade e que isso ocorreu quando o rapaz estava à caminho da pracinha.
Ele ainda disse aos militares que matou Adriano porque tinha sido ameaçado de morte por ele e se antecipou antes de que fosse assassinado.
Questionado pela polícia, Uellington afirmou que não participou do crime e que estava dormindo em casa no momento do crime.
Após os trabalhos da perícia, o corpo de Adriano foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Caratinga. Segundo a PM, ele tinha passagens pela polícia por homicídio, tráfico de drogas, lesão corporal, ameaça e furto.
O segundo assassinato também foi na rua Maria da Luz, onde o primeiro crime foi registrado. A vítima foi o jovem que negou participação no primeiro crime, Uellington Ribeiro da Silva, de 24 anos.
De acordo com informações repassadas para a polícia, a morte teria sido motivada por vingança do crime ocorrido na madrugada, mas como o adolescente estava apreendido por ter confessado o primeiro assassinato, o alvo teria se torna o Uellington, que teria abrigado o adolescente em casa antes do crime.
Segundo a companheira Uellington, ele estava em casa quando dois adolescentes, de 17 anos, e um jovem de 24 anos apareceram armados, com os rostos parcialmente cobertos e atiraram contra ele. Uellington não resistiu aos ferimentos e morreu no local do crime.
Antes do crime, um quarto envolvido teria vigiado a cena do crime. Os quatro envolvidos foram localizados pela polícia e detidos. Os adolescentes já tinham passagens na polícia por lesão corporal com uso de arma de fogo e posse ilegal de arma de fogo.
Na casa onde os adolescentes estavam morando há cerca de 20 dias, os militares encontraram porções de crack e maconha, dinheiro e materiais usados para embalar drogas. A suspeita é de que os dois crimes tenham relação com a disputa pelo tráfico de drogas na região.
Segundo denúncias recebidas pela polícia, a ordem para a execução do segundo assassinato partiu dois homens apontados como os gerentes do tráfico. Eles foram identificados, mas não foram localizados.