Foi realizado nesta terça-feira (9), no Fórum Desembargador Faria e Sousa, o julgamento de um homem acusado de matar Uirlei Silva Ramos, de 23 anos, em setembro de 2018, no bairro Caparaó, em Santa Rita de Minas. O crime, na época, ganhou grande repercussão pela motivação inusitada: uma discussão após o atropelamento de uma cadela.
Conforme apurado pela Polícia Militar à época, o atropelamento do animal gerou um desentendimento entre o dono da cadela e os ocupantes do veículo envolvido. Uirlei, amigo do dono do animal, interveio na briga em defesa do colega, momento em que foi atingido por um golpe de faca no peito. O jovem chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Caratinga, mas faleceu na manhã do dia seguinte.
O julgamento
Durante o julgamento, o Ministério Público sustentou a acusação de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo a denúncia, o acusado teria desferido um golpe de canivete contra Uirlei durante o desentendimento generalizado.
A defesa, conduzida pelos advogados Max Capella Araújo e Cleunice Batista Sampaio Capella, alegou legítima defesa. De acordo com a tese apresentada, após a discussão inicial e o acerto entre as partes quanto ao atropelamento, a vítima teria permanecido na rua e surpreendido o acusado momentos depois, tentando agredi-lo com uma faca. O acusado, então, teria reagido para se defender, desferindo um único golpe com um canivete.
Após os debates, o Conselho de Sentença acolheu a tese defensiva e absolveu o réu da acusação de homicídio duplamente qualificado. Da decisão, ainda cabe recurso por parte do Ministério Público