Em entrevista publicada nesta quinta-feira (2) pela revista Piauí, Augusto Nascimento, filho do cantor Milton Nascimento, revelou que o pai foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy, uma das formas mais comuns da doença.
Segundo Augusto, os primeiros sinais começaram a aparecer quando percebeu que Milton apresentava dificuldade para lembrar, olhar fixo e repetição constante das mesmas histórias em pouco intervalo de tempo. “Aquilo me deixou apreensivo”, contou.
Diante da situação, Augusto procurou o médico clínico geral Weverton Siqueira, que acompanha o artista há dez anos. Exames realizados em abril indicaram alterações preocupantes. “Me assustei com o quadro e solicitei mais testes neurológicos”, relatou o profissional à revista.
Antes da conclusão do diagnóstico, pai e filho decidiram embarcar em uma viagem de motorhome pelos Estados Unidos. O médico apoiou a ideia. “Se fosse para viajar, aquele era o momento”, afirmou. Para Augusto, a experiência marcou profundamente Milton. “Ele falou para todos como se tivesse sido a melhor coisa da vida dele.”
Ao retornarem ao Brasil, veio a confirmação: o cantor havia desenvolvido demência por corpos de Lewy, condição que provoca a morte de células nervosas do cérebro. Os sintomas costumam se confundir com o mal de Alzheimer e com questões motoras semelhantes às do Parkinson — diagnóstico que, até então, Milton havia recebido.
Aos 82 anos, Milton Nascimento encerrou sua carreira nos palcos em 2022, com a turnê A Última Sessão de Música, que percorreu o Brasil e marcou sua despedida das apresentações ao vivo. Mesmo aposentado, não se afastou da criação artística: gravou participações em discos e lançou um trabalho ao lado da cantora Esperanza Spalding.
Neste ano, o legado de Bituca — como é carinhosamente chamado — também foi celebrado na Marquês de Sapucaí. A Portela homenageou o artista com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”, consagrando sua trajetória como uma das mais importantes da música brasileira.
