‘Muito mais do que o valor financeiro, é o valor emocional’, aposta profissional que cria diamantes a partir de cinzas de animais e humanos
Em um gesto de afeto, a família e os amigos mais próximos da cantora Preta Gil decidiram seguir à risca seus desejos. As cinzas dela foram divididas e ganharão diferentes destinos: do cais baiano onde ela se sentia em casa e outras partes de acordo com o que cada destinatário desejar. Uma parte será transformada em diamante, como forma de eternizar a memória da cantora.
A decisão é parte de uma tendência recente: o chamado diamante memorial, feito a partir das cinzas de entes queridos, humanos ou pets. A técnica vem ganhando destaque no Brasil depois de nomes famosos aderirem. Ela permite que uma parte do corpo de quem partiu se transforme em uma joia única, carregando um simbolismo de permanência e memória física.
O apresentador Andre Marques foi um desses, usando as cinzas de sua cachorra, Gorda, morta no ano passado. O diamante memorial, nome que é dado a este tipo de joia vem de uma técnica na qual podem ser usadas cinzas de animais e de humanos, casco de cavalo e até mesmo vinho.
Aspectos como tamanho, cor, design e quilatagem definem o preço desse diamante. Segundo o sócio majoritário da Stargen Diamonds, Márcio Miyasaki, os preços variam de R$ 9 mil, para um diamante de 0,5 quilate a R$ 175 mil, para o de 10 quilates. Os diamantes estão disponíveis no formato original (incolor), e nas cores azul, amarelo e rosa.
Esses diamantes são produzidos no método HPHT (High Pressure High Temperature), que significa alta pressão e alta temperatura. As cinzas usadas têm o carbono, material necessário para a construção do diamante, isolado. A partir do isolamento, o carbono vira um grafite, para depois se transformar em diamante. Márcio Miyasaki conta que esse processo leva, em média, de 6 a 8 meses por duas técnicas, uma usando nanotecnologia, e a outra, direto em máquinas de alta pressão e temperatura a 1.500ºC.
O apresentador Andre Marques recentemente recebeu um par de brincos e um pingente com o material genético de Gorda, sua cachorra que morreu no ano passado. O apresentador, que já tem a cachorra eternizada na sua pele, com uma tatuagem, ao contar a experiência nas redes sociais, falou que tinha ouvido falar na técnica de transformar “o cabelo ou as cinzas do ente querido em diamante”. E o apresentador completa esse pensamento, dizendo que “prefere fazer de bicho”, saindo a partir das cinzas o material.
“Que loucura! Já é lindo porque é diamante, mas tem um pedacinho dela aqui. É uma lembrança eterna, que eu vou carregar comigo até o dia em que eu descansar”, completa André, em lágrimas ao receber o pingente e os brincos.