CARATINGA – O domingo (17) foi de festa para o basquete regional. E o lugar dessa festa foi a quadra da Associação Comercial, Industrial de Caratinga (Acic), onde o Basquete Caratinga (BASCA) e Ciclone, de Coronel Fabriciano, jogaram dois amistosos. Na categoria sub17, os donos da casa perderam por 27 a 39; e no amador os visitantes venceram por 32 a 28. Mas independentemente do resultado, as partidas valeram pela troca de experiências e o fortalecimento do trabalho em conjunto para engrandecer esse esporte na região.
O PROFESSOR
Para saber como anda o basquete no Vale do Aço, ouvimos o professor Nilson Gonçalves de Almeida, treinador do Ciclone, que também fez sua avaliação a respeito do basquete regional. “As coisas estão acontecendo e isso tem fomentado a prática do basquetebol. Temos a Copa Fabriciano, temos campeonatos regionais acontecendo em Ipatinga e Governador Valadares. Agora tem que acontecer em Caratinga também para movimentar o basquete”, disse.
O treinador recorda que no início foi muito difícil, mas com o passar do tempo, o Ciclone ganhou respaldo. “Após esses 22 anos a gente tem apoio do vereador Paulinho, a Secretaria Municipal de Esportes de Coronel Fabriciano está sempre nos ajudando. O apoio está aparecendo”, avaliou.
Devido sua experiência nesse esporte, Nilson Gonçalves acredita que para o basquete crescer no âmbito regional, algumas medidas devem ser tomadas. E ‘apoio’ é a palavra-chave. “As instituições regionais e locais tem que apoiar o esporte. Esse apoio é para ter mais eventos e assim trazer as crianças e seus pais para os ginásios. Creio que tendo torneios aumenta essa quantidade de adeptos”.
Para o crescimento desse esporte, segundo Nilson Gonçalves, é necessário ainda cursos de arbitragem. “Isso é muito significativo. Levaram um curso de arbitragem para Ipatinga já tem um bom tempo, mas depois parou. Agora temos que trazer mais cursos. A gente ganha muito conhecimento, a gente acaba sendo praticante e estudioso. Procuro sempre aprimorar e levar o basquete ao nível onde merece estar”.
Sobre os amistosos contra o BASCA, o treinador do Ciclone, avaliou que esse intercâmbio foi extremamente proveitoso. “Bom que a gente tem uma amizade de uns três anos, o BASCA participa da Copa Fabriciano. Trocamos feedback, o Paulo (Avelar) e o Glauter nos receberam muito bem”.
A respeito dos resultados obtidos pelo Ciclone, Nilson Gonçalves se mostra satisfeito. “Recentemente ficamos em segundo lugar no JEMG (Jogos Escolares de Minas Gerais), já temos três títulos do Regional e já fomos ao Estadual com garotos nível escolar. A gente tem garotos que fazem testes em algumas equipes, meu filho foi recentemente para o Ginástico, clube de Belo Horizonte. Nós temos um projeto bacana, temos parcerias que estão dando bons frutos”.
Nilson termina o bate-papo dando um conselho para o crescimento do basquete regional. “Que as pessoas cheguem e ajudem, igual esse trabalho feito pelo Paulo (técnico do BASCA). Esses projetos tiram as pessoas das ruas, ocupam as pessoas com a prática de algo bom. Isso vai trazer benefícios para a cidade a partir do momento em que trouxermos para a quadra os pais e responsáveis. Que as pessoas e empresas de Caratinga possam ajudar o basquete, pois se derem oportunidade esse esporte vai crescer e trazer benefícios para a cidade”.
OS ATLETAS
Os atletas do Ciclone também falaram a respeito desses amistosos contra o BASCA. Segundo Daniel Dias, 17 anos, que atua tanto no sub-17 quanto no amador, “é uma coisa muito boa, como eu nunca tinha vindo em Caratinga, vim a primeira vez jogar, gostei de conhecer outras equipes, outros times, fazer novas amizades”.
Para Guilherme Araújo, 20, esse tipo de amistoso é bom para divulgação do basquete, ainda mais em cidades onde esse esporte não é tão popular. “Cada vez mais que vou numa quadra pública, sendo de Fabriciano, Timóteo, Ipatinga é mais normal ver crianças com bola de basquete na mão, isso enche de alegria. E a gente trazer isso para cá, incentivar e ter uma plateia cheia assistindo a gente, isso que incentiva, causa aquela curiosidade. A pessoas mesmo por conta própria vão correr atrás, pesquisar, para saber mais sobre o basquete”.
Guilherme tenta conciliar esporte com estudo. “Atualmente sou universitário, então, tenho deixado esse sonho um pouco mais de lado, tenho focado mais na minha vida acadêmica, mas, graças a Deus, com o projeto que tive com o Ciclone em Fabriciano, tive a oportunidade de fazer o teste no Minas Tênis Clube, passei na primeira fase, fiquei uma semana treinando com a equipe, não deu certo, eu tinha 16 anos, mas, foi uma experiência magnífica para mim. Foi por pouca coisa, foi detalhe, quem sabe agora eu que nunca tinha escutado falar sobre basquete até meus 13 anos, tive essa oportunidade de estar agora na equipe profissional. Então, a questão de oportunidade é sensacional”.
Por fim, Guilherme deixa seu recado. “Se eu pudesse dar um conselho para todos os pais é incentivar esse interesse, buscar colocar os filhos nesse esporte, para socializar, aprimorar desde cedo. Se eu tivesse começado desde os meus seis anos de idade, muito provavelmente já estaria em alguma equipe. Com seu filho pode ser assim também”.