Parabéns Dragão

Parabéns, Esporte Clube Caratinga, primeiro clube a ser criado em nossa cidade e 6° mais antigo de Minas Gerais. Tudo começou lá no longínquo 23 de agosto de 1917, tendo Zé Lucca como primeiro presidente. Porém, só em 1928 oficializaram uma diretoria: professor Francisco Costa Ramos, coronel Pedro Martins (dá nome à antiga rua do Correio) e Dr. Antônio Carlos.

Ao longo desses 108 anos de história, o clube, que nasceu antes da LCD, conquistou 5 vezes ligas anteriores (LAIFA, LMF, LAF). O rubro-negro ainda levantou também 5 vezes o Regional mais importante da época, promovido pela Liga de Governador Valadares, com apoio da Federação Mineira, tendo clubes participando desde Muriaé até a região de Teófilo Otoni. Conquistas equivalentes a uma segunda divisão mineira.

Em mais de um século de vida, o Esporte Clube Caratinga revelou muitos jogadores para o futebol regional, nacional e até internacional. Lendo e relendo o livro Memória Esportiva, do saudoso Nelson Souza e do professor Monir Ali Saylgi, uma série de entrevistas no final dos anos 90 elegeu o craque Moacir como maior da história rubro-negra. O genial “Tio Moá” veio do Rio de Janeiro, onde tinha como amigo Didi (gênio da Seleção Brasileira e do Botafogo). Em Caratinga, Moacir desfilou genialidade com a camisa vermelha e preta. Jogou ainda profissionalmente pelo Cruzeiro.

Este humilde colunista teve o prazer de não só entrevistá-lo, mas também de ter ótimas conversas com ele até o final de sua vida. Porém, não tive o privilégio de vê-lo jogar. Na coluna da próxima terça-feira, continuamos essa história de 108 anos de glória do Dragão.

 

Baú da LCD: O artilheiro Ribeirão

Como contado em outras colunas, o certame da Liga Caratinguense de Desportos começou a ser promovido em 1965. O segundo aconteceu em 1968. Nesses dois campeonatos, o 1° de Maio, do bairro Aparecida, ficou com a taça. Embora tivesse um timaço, o alvinegro não era o favorito, já que, para muitos, o fato de não contar com alguns jogadores de 1965 teria deixado o time mais fraco.

Porém, entrou em ação um atacante que, apesar dos 40 anos de idade, empilhou gols um atrás do outro, marcando praticamente em todos os jogos. Na decisão do título contra o Vale Ouro, Geraldinho Ribeirão já havia balançado as redes adversárias uma dúzia de vezes. Na final, era o homem a ser marcado. Entretanto, mesmo contando com uma ótima defesa — com Osvaldo no gol, Bedeu, Mariposa —, além do jovem craque Carlinhos Marcelino na frente, o Vale Ouro não conseguiu parar o time do Sal e seu artilheiro, Geraldinho Ribeirão, que marcou os dois gols da final, fechando o campeonato na artilharia com 14 gols.

Certa vez, Geraldinho foi ao Rio de Janeiro acompanhado de alguns amigos. Resolveram ir ao Maracanã ver o Botafogo jogar. No meio da partida, vendo Garrincha destruir no jogo, o amigo Tabajara soltou a seguinte frase:

— Esse número 7 aí, se treinar mais um pouquinho, vai jogar igual o Geraldinho.

Todos caíram na risada e avisaram ao moço:

— Esse aí é o Garrincha, Tabajara.

 

Mais risos da turma. Geraldinho entra para a história como um dos melhores jogadores do nosso futebol.

 

Rogério Silva

abrindoojogocaratinga@gmail.com

@rogeriosilva89fm