Tarifa do Trump
O anúncio, na última quarta-feira (30/7), pela Casa Branca, de que o café havia sido incluído na listagem dos produtos exportados pelo Brasil para os EUA que serão taxados em 50%, surpreendeu os operadores do mercado de café, que trabalhavam com a hipótese de Trump isentar do tarifaço o café, produto não cultivado pelos americanos.
Tarifa do Trump II
Mesmo com a assinatura da ordem executiva pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira, 30 de julho, confirmando a taxação de 50% para o café, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o CNC – Conselho Nacional do Café, a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café e demais entidades do setor, persistem nas tratativas com seus pares nos EUA, como a NCA – National Coffee Association, com o intuito de que o café seja incluído na lista de exceções elaborada pelo governo americano. Os cafés brasileiros representam uma fatia superior a 30% do mercado cafeeiro norte-americano, sendo o Brasil o principal fornecedor ao país, ao passo que os EUA respondem por 16% de nossas exportações, sendo o principal destino de nossas exportações. O início da aplicação dessas tarifas será na próxima quarta-feira, dia 6.
ABICS
A ABICS – Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel emitiu um novo manifesto, nesta sexta-feira, reforçando a preocupação com a medida. A ABICS lembra que, em 2024, com a importação do equivalente a cerca de 780 mil sacas de 60 quilos, os EUA responderam por aproximadamente 20% do total das exportações brasileiras de café solúvel, posicionando-se como o principal parceiro comercial neste segmento. O café solúvel brasileiro responde por mais de 25% do volume importado pelos EUA — sendo o segundo maior fornecedor a esse mercado. O principal fornecedor, o México, poderá comercializar sem tarifas, e os demais fornecedores após o Brasil, sofrerão taxas de 10% a, no máximo, 27% (fonte: Agro Estadão).
O outro lado
A associação que representa os restaurantes americanos enviou nesta semana uma carta ao governo dos Estados Unidos alertando sobre o impacto do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre alimentos do Brasil e da União Europeia como café, carne bovina, vinhos e destilados. O setor pede isenção dessas tarifas para não afetar o custo e a disponibilidade de produtos nos estabelecimentos.
Colheita
A colheita da nova safra brasileira 2025/2026 avança rapidamente e já ultrapassou os 80%. Os números das duas colheitas, arábica e conilon, estão confirmando as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conilon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra anterior. O benefício da nova safra de arábica preocupa bastante, os números apontam para uma quebra significativa na renda, acima da usual.
ICE
Na sexta-feira (1), os preços de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram 1.340 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 2,9705 na máxima do dia, em alta de 125 pontos. Fecharam valendo US$ 2,8420 com perdas de 1.160 pontos. Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 3.461 dólares por tonelada, em alta de 60 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.330 dólares, com queda de 71 dólares.
Estoques
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram, sexta-feira (1), 9.168 sacas. Estão em 761.453 sacas. Há um ano eram de 822.819 sacas, caindo nesse período 61.366 sacas. Somaram queda de 41.225 sacas nesta semana e de 11.377 sacas na semana passada. Caíram 12.859 sacas na semana anterior à passada. No mês de julho somaram queda de 70.552 sacas no mês de junho caíram 47.217 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 1°, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 218.514 sacas.
Dólar e o mercado
O dólar caiu 0,98% frente ao real, fechando a sexta-feira (1) a R$ 5,5460. Fechou a sexta-feira passada (25/7) a R$ 5,5620 e a sexta-feira anterior à passada (18/7) a R$ 5,5880. Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US encerraram a sexta valendo R$ 2.084,96. Terminaram a sexta-feira passada (25/7) valendo R$ 2.189,20 e a sexta-feira anterior à passada (18/7) a R$ 2.244,15.
Embarques
Até dia 31/7, os embarques de julho estavam em 1.862.789 sacas de café arábica, 455.866 sacas de café conilon, mais 234.669 sacas de café solúvel, totalizando 2.553.324 sacas embarcadas, contra 2.501.452 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 31, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.894.304 sacas, contra 2.575.299 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Bolsa Nova Iorque
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 25/7, sexta-feira, até o fechamento de sexta (1), caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 1.335 pontos ou US$ 17,66 (R$ 97,94) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 25 a R$ 2.189,20 por saca, e sexta-feira (1), a R$ 2.084,96. Ainda na última sexta, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 1.160 pontos.