Caratinga foi, oficialmente, reconhecida como vila em 6 de fevereiro de 1890 e conquistou sua independência político-administrativa de Manhuaçu. Somente em 1892, pela Lei nº 23, de 24 de maio do mesmo ano, é que Caratinga deixou a categoria de vila, passando à de cidade.
Na ocasião, foi formada a primeira composição da Câmara Municipal, pois, na época, não existia a figura do prefeito, sendo empossada em 7 de março de 1892, tendo como primeiro presidente Sinfrônio Fernandes. Devido a uma crise política, proveniente de embates partidários, em 1893 a Câmara Municipal passou a ser presidida por Coronel Joaquim José dos Santos Mestre, popularmente conhecido como Cel. Santos Mestre.
O município de Caratinga contava, na época de sua elevação à cidade (1892), com 7 (sete) distritos, a saber: Entre Folhas, São Francisco do Vermelho Novo, Bocaíuva, Cuieté (atual cidade de Conselheiro Pena), Galho (atual cidade de Bom Jesus do Galho), Santo Antônio do Rio José Pedro (atual cidade de Ipanema) e Santo Antônio do Manhuaçu (distrito-sede). Destes, apenas Santo Antônio do Manhuaçu continua sendo distrito de Caratinga; os demais, como veremos, já conseguiram sua emancipação política.
O primeiro distrito a se desmembrar do município de Caratinga foi Santo Antônio do Rio José Pedro (atual cidade de Ipanema). O distrito anteriormente pertencia ao município de Manhuaçu, mas, pelo Decreto nº 16, de 16/02/1890, se anexou a Caratinga. Entretanto, durou pouco este período de anexação; após um ano, em 1891, voltou a fazer parte do município de Manhuaçu.
Já a história de Entre Folhas reserva peculiaridades, fatos curiosos e relevantes para o entendimento da formação e ocupação do Sertão do Leste. Pelo Decreto Estadual nº 16, de 6 de fevereiro de 1890 — portanto o mesmo que emancipou Caratinga — foi criado o distrito de Entre Folhas, todavia, subordinado ao município de Manhuaçu. Em 1911, devido a uma divisão administrativa da região, seu território passou a figurar acoplado ao município de Caratinga. Pela Lei nº 336, de 27 de dezembro de 1948, foi reconduzido à categoria de subdistrito, mas continuou anexado a Caratinga. Em 1953, pela Lei Estadual nº 1.309, de 12 de dezembro, foi recriado o distrito, continuando anexado a Caratinga. Sua emancipação político-administrativa, e, por consequência, o desmembramento de Caratinga, ocorreu no ano de 1992, através da Lei Estadual nº 10.704, de 27 de abril.
Inhapim tornou-se distrito de Caratinga pelo Decreto Estadual nº 242, de 21 de novembro de 1890. Em 17 de dezembro de 1938, pelo Decreto-Lei nº 148, foi elevado à categoria de município, mantendo o mesmo nome. Ainda segundo o decreto, o distrito de Veadinho, criado em 1923 e pertencente ao município de Caratinga, foi anexado ao município de Inhapim, mantendo a categoria de distrito.
Em 1901, pela Lei Municipal nº 116, de 30 de setembro, foi criado o distrito de Santana de Imbé. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, o distrito passou a ser denominado Imbé, e parte do seu território passou a pertencer ao recém-criado distrito de Novo Horizonte, pertencente a Inhapim. Com este decreto, Caratinga perdeu parte do seu território para Inhapim. Pela Lei Estadual nº 12.030, de 21 de dezembro de 1995, Imbé foi elevado à categoria de município, desmembrando-se de Caratinga, passando a denominar-se Imbé de Minas.
Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.