A QUESTÃO NÃO ESTÁ EM PAUTA

Margareth Maciel de Almeida Santos

Advogada e doutoranda em Ciências Sociais.

Pesquisadora CNPQ.

 

Hoje é Dia dos Pais e você deve estar se programando para celebrar com ele esse dia, ou fazer uma homenagem àqueles que já se foram, como é o meu caso.  Penso que é por isso que estou tão nostálgica…  Ao mesmo tempo em que a vida é tão longa, percebo que ela também é tão curta… filosofando (rs)…

Historicamente, o primeiro registro de uma homenagem aos pais data da antiga Babilônia. Conta-se que um jovem teria feito um cartão para seu pai, moldado em argila. Esse jovem lhe desejava sorte, saúde e uma vida longa.  Nesse contexto, diferentes culturas celebram a data e aqui no Brasil essa foi proposta pelo publicitário Sylvio Bhering que se inspirou na cultura norte-americana.  O primeiro dia dos pais no Brasil culminou com o dia 14 de agosto de 1953, Dia de São Joaquim, que era pai de Maria, a mãe de Jesus, e que depois foi mudada para o segundo domingo de agosto (também encontrei a data de 16 de agosto de 1953).

Penso que comemorar os dias dos pais, nos proporciona a pensar sobre a figura paterna, bem como refletir nas diversas configurações familiares, pois é notório ver crianças, adolescentes, que moram com os tios, avós, com a mãe ou o pai. Percebe-se que as famílias que saem do formato “pai, mãe e filhos” têm sido reconhecidas.

O Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) revela que as famílias compostas apenas por mulheres e filhos são em média 18,1%, e que esse percentual vem aumentando a cada ano. Esses dados devem ser abordados nas escolas, lembrando sempre a criança que o termo “família” inclui ligações por consanguinidade, dependência econômica, e também grupos diferentes de pessoas que habitam o mesmo domicílio, com a finalidade de legitimar sempre o sentimento da criança e também de sua família.

E aqui deixo a minha homenagem, na letra de Sérgio Bittencourt para seu pai Jacob do Bandolim. Canção essa imortalizada na voz de Nelson Gonçalves:

“Naquela mesa ele sentava sempre

E me dizia sempre o que é viver melhor

Naquela mesa ele contava histórias

Que hoje na memória eu guardo e sei de cor

Naquela mesa ele juntava gente

E contava contente o que fez de manha

E nos seus olhos era tanto brilho

Que mais que seu filho

Eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto,

Uma mesa num canto, uma casa e um jardim

Se eu soubesse o quando dói a vida

Essa dor tão doída não doía assim

Agora resta uma mesa na sala

E hoje ninguém mais fala do seu bandolim

Naquela mesa tá faltando ele

E a saudade dele tá doente em mim.”

 

Feliz dia dos Pais!