Tarifaço
Com a expectativa de mudanças no “tarifaço” imposto pelo governo Trump, os preços do café oscilaram intensamente nas bolsas de Nova Iorque e Londres ao longo da semana. Nesta sexta-feira (14), Trump assinou um decreto retirando tarifas adicionais sobre produtos agropecuários — incluindo carne bovina e café — mantendo apenas a alíquota geral mínima de 10%. A medida tem efeito retroativo a 13 de novembro.
Tarifaço II
A isenção dos 40% extras sobre o café deve beneficiar tanto o Brasil quanto os EUA, mas os fatores estruturais do mercado permanecem: incertezas climáticas, estoques globais reduzidos e uma safra brasileira de 2025 menor que o previsto. Problemas climáticos também devem influenciar negativamente a produção de 2026.
Exportações em forte queda
As exportações brasileiras de café totalizaram 4,141 milhões de sacas em outubro, recuo de 20% frente a outubro de 2024. No acumulado do ano-safra 2025/26 (julho a outubro), houve queda semelhante: 20,3%, com 13,846 milhões de sacas embarcadas. Entre janeiro e outubro de 2025, foram exportadas 33,279 milhões de sacas — 8,45 milhões a menos que no mesmo período de 2024 (fonte: Cecafé).
Estoques de passagem mínimos
Apesar da redução nas exportações, o Brasil encerrou o ano-safra 2024/25, em junho, com armazéns praticamente vazios. É o menor estoque de passagem em décadas, certamente o mais baixo dos últimos 25 anos.
Volatilidade em Nova Iorque (ICE Futures US)
Os contratos de arábica para dezembro oscilaram fortemente na última sexta-feira (14): 1.295 pontos entre máxima e mínima. Fecharam a US$ 4,3980/lbp, queda de 190 pontos. No acumulado da semana, caíram 800 pontos (–1,97%). Em 2025, até esta sexta-feira, acumulam alta de 11.045 pontos (+38,18%).
Londres Também Opera em Baixa (ICE Europe)
Na ICE Europe, os contratos de robusta para janeiro bateram máxima de US$ 4.355/t na última sexta (14), mas fecharam a US$ 4.223/t, queda de 23 dólares. A semana terminou com recuo de 425 dólares (–9,15%). Em outubro, esses contratos haviam subido 354 dólares (+8,46%).
Estoques certificados despencam
Os estoques certificados na ICE Futures caíram 240 sacas na última sexta (14), somando 403.190 sacas. Há um ano eram 873.589 — redução de 470.399 sacas. Em 2025, acumulam queda expressiva de 58,86% (576.777 sacas).
Dólar está estável
O dólar recuou 0,02%, fechando a sexta-feira (14) cotado a R$ 5,2970. Ainda está abaixo dos R$ 5,3360 registrados na sexta passada e dos R$ 5,3800 da semana anterior.
Preço do café em reais
Os contratos de dezembro na ICE US fecharam na última sexta (14) a R$ 2.801,35 por saca. Na sexta passada, valiam R$ 2.878,44.
Mercado físico travado
O mercado interno segue lento: compradores ajustam preços diariamente de acordo com a volatilidade externa. Houve estabilidade nesta sexta (14), mas o volume de negócios permanece abaixo do normal para esta época do ano. Ainda assim, há interesse comprador para todos os tipos de café.
Detalhamento das Exportações de Outubro
Em outubro, o Brasil embarcou 4.141.389 sacas:
Arábica: 3.385.332 sacas (+13,7% vs. setembro; –24,38% vs. outubro/24)
Conilon: 446.664 sacas (–9,40% vs. setembro; –51,86% vs. outubro/24)
Somaram 3.831.996 sacas de café verde, mais 304.363 de solúvel e 5.030 de torrado.
Andamento de novembro
Até 13 de novembro, os embarques somavam 1.168.335 sacas, acima das 927.300 registradas até a mesma data de outubro. Os pedidos de certificados de origem para novembro totalizavam 1.626.712 sacas.
Desempenho semanal em NY
Da sexta-feira (7) até o dia 14 de novembro, os contratos para dezembro recuaram 800 pontos, equivalentes a US$ 10,58 por saca (R$ 56,05). Em reais, caíram de R$ 2.878,44 (dia 7) para R$ 2.801,35 (dia 14).









