CARATINGA – O Recanto dos Idosos Pastor Geraldo Sales recebeu, na tarde da última quinta-feira (23), uma visita diferente e cheia de ternura. Acadêmicos do 6º período do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Caratinga (UNEC) realizaram mais uma edição da Terapia Assistida por Animais, uma atividade que integra a disciplina Extensão como Componente Curricular (ECC).
Cães, coelhos, um galo e até patinhos participaram do encontro, que uniu gerações e mostrou que o aprendizado vai muito além da sala de aula – porque, às vezes, o melhor remédio é o carinho.
Afeto que ensina
O Recanto já havia recebido a visita dos alunos em setembro, e o sucesso da ação motivou a nova edição. A professora da disciplina, Paloma Arreguy, explica que a proposta busca unir o conhecimento técnico ao cuidado humano.
“Mais do que entender a anatomia ou o comportamento animal, o estudante precisa compreender a relação de afeto que se estabelece entre o animal e o ser humano. Essa vivência desperta empatia, sensibilidade e responsabilidade social”, destaca Paloma.
Durante a visita, os idosos puderam acariciar os animais, conversar com os alunos e relembrar histórias da infância. Cada toque, cada olhar, parecia despertar lembranças guardadas.
A acadêmica Kemilly Silva Gomes, do 6º período, conta que a experiência transformou a forma como ela enxerga sua futura profissão.
“Foi emocionante ver a alegria nos olhos deles. Às vezes, um simples coelho no colo faz o idoso lembrar do quintal da infância. A gente percebe que a veterinária também é sobre isso: proporcionar bem-estar e criar laços”, comenta.
Entre lembranças e sorrisos
Depois da terapia com os animais, veio o lanche coletivo: momento de descontração, conversa e risadas.
A assistente social Adriana Angélica, do Recanto dos Idosos, observa que a atividade traz benefícios físicos e emocionais.
“A presença dos animais ajuda a diminuir o estresse e a ansiedade. Eles estimulam o contato social, o sorriso, a fala. É bonito ver como um gesto tão simples pode transformar o dia deles”, afirma Adriana.
Quando o carinho cura
Os animais que participaram da ação são da Fazendinha Bichológica, coordenada pelo professor Róger Bordone. A coordenadora do curso de Medicina Veterinária, professora Maria Clemente, ressalta que a proposta é uma oportunidade de aprendizagem mútua.
“Os alunos aprendem com os animais, os idosos aprendem com os alunos, e todos saem melhores. A Terapia Assistida é uma troca de afetos e de saberes. É a universidade se abrindo para a comunidade”, explica.
Entre os participantes, o senhor José Gomes da Silva, assistido pelo Recanto, resumiu o sentimento coletivo:
“Ah, eu gostei demais! Fazia tempo que eu não via um galo de perto, nem pegava um coelho. A gente se sente vivo de novo. É bom demais esse carinho todo”, disse, sorrindo.
Mais do que uma atividade de extensão, à tarde no Recanto dos Idosos mostrou que a ciência e o afeto podem andar juntos. E que, entre o bater de asas e o balançar de rabos, a vida encontra sempre novas formas de dizer: “estou aqui.”














