Conforme a direção, insumos e profissionais estão garantido; camas e macas também foram providenciadas
CARATINGA- A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Caratinga tem registrado um aumento no número de atendimentos nos últimos dias. Somente dos dias 1° a 19 de fevereiro foram 5.700 atendimentos registrados. Os casos de dengue têm contribuído para esse quadro, uma vez que pacientes classificados com sintomas mais graves da doença precisam ser encaminhados para o local.
A diretora da UPA e secretária executiva do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Leste de Minas (Cides-Leste), que faz a gestão da Unidade, Vânia Franco, recebeu a imprensa para destacar os trabalhos realizados e esclarecer sobre os atendimentos e demandas de transferência.
Conforme Vânia, o número de atendimentos tem sido crescente. A UPA recebe pacientes não somente de Caratinga, mas, de municípios vizinhos e aqueles que estão passando pela rodovia. “Famílias que estão viajando, em passeio, passam mal e precisam de atendimento médico de entrada, que é a UPA”.
Ela destaca ainda que os pacientes são atendidos conforme Protocolo de Manchester, utilizado para classificar os atendimentos que são realizados pela UPA de acordo com a gravide e tempo de espera, bem como os que podem ser absorvidos pelos postos de saúde. “O paciente adentra a UPA, é feita a ficha dele, vai para a sala da triagem para ser classificado. O atendimento é feito no amarelo, laranja, vermelho, verde e azul. Verde e azul vão aguardar mais tempo. É um paciente que está leve. O amarelo, vermelho e laranja são imediatos, até 15 minutos para atender porque já é um problema mais súbito. Por isso, se tratando de suspeita de Dengue, primeiro vá ao PSF. Eles estão preparados e assim alivia a porta da UPA na emergência e na urgência”.
A UPA realiza em torno de 4.700 atendimentos mensais. Atualmente, está operando além de sua capacidade, porém, a diretora da Unidade explica que todas as providências estão sendo adotadas. “As famílias, às vezes, chegam nervosas com a espera, é um familiar, fica agoniado, mas, toda nossa equipe está preparada para receber. Na sexta-feira, quando puxei nosso relatório na parte da manhã e percebi o pico além do que fazemos toda sexta, providenciei cinco camas e cinco macas para acolher as pessoas e dar um atendimento humanizado. Estamos arrumando local para colocar, porque já não tem mais espaço. Estou sempre procurando atender, conversar com os pacientes, com os acompanhantes. Explico como tudo funciona para que tenham acolhimento, tranquilidade. Mesmo como esses atendimentos, não tenho falta de um insumo, porque temos nossa logística preparada para receber a todos os pacientes”.
Dentro do trabalho de logística, a UPA também realizou a contratação de mais profissionais para acompanhamento dos pacientes. “Dobramos o número de enfermeiros, contratamos técnicos de enfermagem, mais dois médicos, tenho um que faz das 7h às 19h e outro das 19h até 1h, que é o movimento mais elevado do pico. Minha equipe de enfermagem está pronta e preparada para receber a todos”.
A UPA tem capacidade de internação para 30 pacientes. Até o dia de ontem, estavam 56 pacientes internados. Mas, Vânia frisa o trabalho de planejamento. “Na logística da UPA não vai faltar insumos. É tudo muito planejado. Nesta segunda-feira, o número de pacientes que deu entrada na UPA das 7h ao meio-dia foi de 200 pacientes. É tudo informatizado. Nossos médicos trabalham com o computador, lançam o pedido de consulta, que já cai no raio-x, na farmácia, na medicação. Toda a rede da UPA está sabendo do que você necessita”.
A diretora também esclarece a respeito das medidas necessárias para transferência de pacientes, quando necessitam de assistência mais complexa. “Quando você adentra a UPA, tem a necessidade de ser transferido, fazemos o cadastro no SUS-Fácil. A central é em Ipatinga. Quando lançamos os dados e necessidade à regulação central, que é em Ipatinga, ela vai jogar no sistema. Hoje, média complexidade é Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e Casu; alta complexidade Hospital Márcio Cunha e, dependendo da situação, Belo Horizonte”.
Ela faz questão de explicar que a transferência não é realizada pela UPA, pois, ocorre através do SUS-Fácil. Por isso, os familiares dos pacientes precisam ter paciência para aguardar os trâmites. “Tendo a vaga, eles vão dar o aceite. Se não tiver devolve para minha tela e vou continuar pedindo ajuda para dar suporte ao paciente. Se o paciente estiver internado comigo há 48 horas, ele é judicializado. Nós judicializados o paciente no Ministério Público, para que o promotor da saúde nos auxilie na transferência, chama-se compra de leito. Mesmo assim., com a determinação do juiz, temos que aguardar o hospital que vai acatar o paciente na compra de leito, fazer o orçamento do custo, para que o hospital aceite. Hoje quem está nos aceitando é Passos, Oliveira e Uberlândia. Os familiares que já têm pacientes, quatro ou cinco dias na UPA, podem ficar despreocupados que, automaticamente, já está lá na Promotoria auxiliar”.
Conforme os números expostos pela Unidade, neste mês de fevereiro, até o momento, já foram internados 350 pacientes, sendo 180 transferências. “São pacientes da alta complexidade, que não conseguem realizar o tratamento em Caratinga”.
Vânia Franco ainda pontua com o funciona a operacionalização da Unidade de Pronto Atendimento. “A UPA é do município, mas, quem gere toda a administração da UPA é o consórcio Cides-Leste. A Prefeitura, a Secretaria de Saúde, faz o pagamento para mantermos a UPA. Somos fornecedores administrativos da UPA, a prefeitura não tem vínculo, a não ser o repasse financeiro”.
E finaliza citando o cuidado com os pacientes e reafirmando o compromisso da UPA 24 Horas. “Temos êxito em 99% dos nossos atendimentos, mas, infelizmente, às vezes, 1% sai do nosso alcance pela gravidade que os pacientes adentram a UPA. Mas, sofremos junto com os familiares, nos dói muito quando isso acontece. Nossa alegria é conseguir a transferência ou até mesmo a alta do paciente para ir para casa. Essa é a satisfação profissional e humanizada que nós temos”.