CARATINGA – Há encontros que ultrapassam o tempo e o espaço. No Congresso UNEC, a arte se torna ponte entre séculos, vozes e silêncios. É nesse contexto que o espetáculo “Visitando Camille Claudel” chega a Caratinga – no dia 31 de outubro, às 19h, no Ginásio do Centro de Convenções FUNEC – em apresentação exclusiva para educadores da rede municipal e inscritos no evento.
Mais que uma peça, é uma experiência sensorial e poética sobre a mulher que desafiou os limites impostos a sua época. A genial escultora Camille Claudel é revisitada pela atriz Adriana Rabelo, em parceria com o autor e diretor Ramon Botelho, num trabalho que funde delicadeza e força, reconstruindo a trajetória de uma artista que pagou caro por ousar existir plenamente.
Com mais de 11 mil espectadores em diferentes regiões do país, o espetáculo tem sido reconhecido pela crítica e pelo público por sua capacidade de unir beleza plástica, pesquisa e emoção. A montagem percorre os três momentos da vida de Camille: a infância curiosa, o auge criativo em Paris e o isolamento em um asilo; mesclando tempos e lembranças com uma estética de fragmentos e sensações.
No palco, a palavra e o gesto moldam o invisível: esculturas ganham forma, sombras ganham voz. Marionetes, argila e luz criam um universo de lirismo e inquietude, onde a artista e sua intérprete se confundem em busca de libertação.
Adriana Rabelo preparou-se intensamente para viver Camille: estudou suas cartas, aprendeu técnicas de escultura e mergulhou em pesquisas sobre saúde mental e apagamento feminino. Esse processo resultou em uma atuação visceral, que tem emocionado plateias desde sua estreia, em 2006, no Rio de Janeiro. A peça já percorreu várias cidades, abriu a exposição oficial “Camille Claudel – À Sombra de Rodin” em Belém e conquistou prêmios em festivais nacionais.
“Visitando Camille Claudel” é, acima de tudo, um convite à reflexão sobre arte, liberdade e permanência – temas que dialogam com a missão do UNEC de promover o conhecimento e a sensibilidade como caminhos de transformação. “Porque, às vezes, compreender a arte é também compreender a coragem de quem se recusou a ser esquecida”, finaliza Adriana Rabelo.