CARATINGA – Em um gesto de empatia e compromisso com a saúde integral, acadêmicos do curso de Medicina participaram de mais uma edição da Tardezinha na AMA, ação que une informação, acolhimento e troca de experiências com os internos da Associação Mãe Admirável (AMA). Segundo a acadêmica de Medicina Denise Souza, o encontro vai além da prática técnica e se transforma em um exercício de humanidade. “Nós trazemos informações como estudantes de Medicina, mas ganhamos muito mais. Primeiro ouvimos o que eles precisam saber, o que desejam entender. E, a partir dessa escuta, pensamos em como agir. Desta vez, eles pediram um momento com um médico psiquiatra, e foi uma experiência muito rica. É gratificante ver o brilho nos olhos deles e perceber o quanto aprendemos enquanto seres humanos”, destacou.
O tema central desta edição foi a dependência química, abordada pelo psiquiatra João Carvalho. O especialista reforçou que o enfrentamento do vício exige compreensão e tratamento adequado. “As pessoas têm esperança e querem entender se há cura. É importante lembrar que a dependência química é uma doença, um adoecimento que precisa ser tratado como tal, com acompanhamento médico e terapêutico”, explicou. A psicóloga da AMA, Ana Carolina dos Santos Silva, ressaltou que momentos como esse são essenciais para esclarecer dúvidas e fortalecer a autoestima dos internos. “Eles sempre perguntam sobre os efeitos da droga no organismo e as possíveis sequelas. É um momento importante para mostrar que é possível viver sem a droga e tratar as consequências desse uso. Trabalhar com dependência química é lidar com o ser humano em sua totalidade, com perdas e reconstruções”, afirmou.
A programação contou também com uma oficina conduzida pelo palestrante Getúlio Souza, que ensinou técnicas de primeiros socorros em situações de convulsão, hemorragia, parada cardiorrespiratória e obstrução de vias aéreas. “São ocorrências comuns, e é fundamental saber agir rápido. Um atendimento imediato pode evitar complicações graves”, explicou. A Tardezinha na AMA reafirma o valor do cuidado coletivo e da formação humanizada. Mais do que uma ação educativa, o encontro simboliza a força da escuta, o poder da informação e a construção de pontes entre o conhecimento científico e as vivências humanas.


