Pastor é condenado a 20 anos de prisão por instigar e intermediar assassinato em Ipanema

Conforme a sentença, diante de um drama vivido por um casal em que a filha teria sido vítima de abuso sexual; o líder evangélico fez “nascer a ideia homicida no núcleo familiar”
IPANEMA- Um pastor foi condenado a 20 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio privilegiado qualificado, ocorrido na cidade de Ipanema. Conforme denúncias, José Antônio Tomaz Neto teria intermediado um assassinato executado por dois pistoleiros, além de ter instigado um casal a ser o mandante do crime.
Conforme a sentença, diante de um drama vivido por um casal em que a filha teria sido vítima de abuso sexual; na qualidade de líder evangélico, José Antônio agiu com “frieza” ao “fazer nascer a ideia homicida no núcleo familiar”, contribuindo ainda para o plano criminoso, contratando pistoleiros e dando as coordenadas para os assassinos.
O assassinato aconteceu no dia 7 de março de 2017, em frente ao Fórum da Comarca de Ipanema, situado à Avenida Sete de Setembro, às 5h40. Elber Horst Huhlmann transitava pela rua em sua motoneta, quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta. Elber foi alvejado por dois tiros, pelas costas. Quando a vítima caiu, um dos pistoleiros efetuou outros três disparos, atingindo-a na nunca. Elber sofreu politraumatismo e faleceu.
As investigações apontaram que os mandantes do crime foram um casal, sendo que o homem enviou dinheiro dos Estados Unidos, local onde reside, através das contas bancárias da esposa e do pastor José Antônio, para que o pagamento aos executores do crime fosse realizado. O pastor atou como verdadeiro “mentor intelectual do crime”, realizando a ponte entre os mandantes e os executores.
Foi apurado que o casal denunciado encomendou a morte de Elber, a fim de vingar uma suposta ocorrência de abuso sexual do homem contra a filha deles, que à época era adolescente. A contratação dos pistoleiros ocorreu pela quantia de R$ 10.000, tendo como agenciador José Antônio.
A denúncia ainda aponta que o suposto abuso sexual não foi investigado, pois, os pais da garota sequer o relataram às autoridades para que eventuais providências cabíveis fossem tomadas, tendo atribuído as alterações comportamentais da adolescente a “possessão demoníaca” e “problemas espirituais”, optando assim “pela vingança em detrimento da adoção das medidas legais”. Assim, o pastor entrou em cena, fazendo trabalhos espirituais com a família, iniciando um vínculo com o casal.
Com a quebra de sigilo bancário, também foi apurado que o pastor teve benefícios pessoais na relação com a família: em determinada época, a família transferiu a titularidade do carro para José Antônio pegar um empréstimo no banco. Quando foi ouvido pela primeira vez na delegacia, José Antônio declarou inocência e acusou o próprio filho, que está desaparecido, de ter cometido o crime.
O casal alegou que estava muito revoltado devido à situação crítica de saúde da filha e que o pastor começou a incentivá-los a matar o suposto abusador. Inclusive, José Antônio contratou um pistoleiro que já era seu conhecido, tendo sido seu vizinho na cidade de Mutum.
José Antônio Tomaz Neto teve a prisão decretada em 3 de maio de 2022, ficou foragido, mas se apresentou à Justiça no dia 15 de setembro de 2022. Condenado, a prisão preventiva foi mantida e ele não teve concedido o direito de recorrer em liberdade
Os pais/mandantes do crime estão em liberdade e recorreram, por isso o processo foi desmembrado.

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