Secretário de Desenvolvimento Social prepara projeto voltado à população em situação de rua em Caratinga
CARATINGA- A população em situação de rua é uma questão complexa e delicada, realidade em todo o País e em Caratinga não é diferente. Geralmente, uma população migrante, que a cada período escolhe determinado local para se fixar. Atualmente, um grande número ocupa as imediações da Praça da Estação (em frente a ACIC) e o Mercado Municipal.
O DIÁRIO conversou com Aluísio Palhares, secretário de Desenvolvimento Social, a respeito de projetos voltados para este público. Inicialmente, Aluísio destacou sobre a lei que permite o ir e vir. “A lei que garante a liberdade às pessoas, porém, dentro dos limites, que o direito termina quando inicia o do outro. E nós, de fato, não podemos estar de olhos fechados, diante de uma realidade que grita no nosso coração. Aquilo que até outro dia a gente via lá em São Paulo, chamado Cracolândia, pouco a pouco a gente vê nos interiores e não diferente na nossa cidade, Caratinga, uma cidade hoje de médio porte”.
O secretário frisa que a maioria da população em situação de rua é dependente de álcool, tabaco e outras drogas. “Trazendo essa experiência como fundador de uma comunidade terapêutica, que acolhe voluntariamente esse público, podemos dizer que realmente é um desafio muito grande, pois, acolhemos de maneira voluntária. Quando é compulsório, involuntário, já seria uma medida em que a própria família poderia buscar e procurar uma clínica especializada para esse tipo de resgate, uma outra área da saúde pública. Porém, essas pessoas já romperam com seu vínculo familiar. A maioria delas afastou da família”.
Ele explica que a Secretaria já realiza um acompanhamento desta população, mas, que agora trabalha em mais projetos. “Diante deste quadro, recém-chegado à secretaria, mas, já estamos discutindo dentro do governo municipal algo no sentido de ocupação destes espaços, ora ocupados por eles. Ou seja, o que ofertar, ao contrário desta realidade que hoje eles vivem? É um serviço que já é desenvolvido ao longo dos anos dentro da Secretaria de Desenvolvimento Social, pelo Centro de Referência Especializada e Assistência Social, que com uma equipe multidisciplinar atende a todo este público. Claro que muitos estão em processo migratório, mas, aqueles que permanecem todos estão cadastrados, são conhecidos pela política pública, atendidos pelo CAPS-AD, pelos postos de saúde. Estamos então formatando um projeto para dar potencialidade e, em breve, apresentaremos à sociedade o algo a mais a fazer”.
Aluísio Palhares finaliza chamando atenção para o fato de que esta é uma responsabilidade de toda a população e que propostas serão analisadas, de forma a melhorar esta situação. “O que mais podemos fazer, levando em consideração este caos social que Caratinga, Minas Gerais, Brasil e o mundo globalizado hoje vive? Claro que isso não é motivo de cruzar os braços e dizer que está assim mesmo, mas, uma responsabilidade minha, nossa, do Poder Público, mas, também da sociedade civil, de todos os outros poderes. Vamos chamar a todos para discutirmos, aprofundarmos e oferecer algo a mais para colaborar, para que eles possam sair dessa situação de extrema vulnerabilidade e risco à sua própria vida”.